segunda-feira, maio 01, 2006

Verdade Desportiva

A situação financeira da quase totalidade dos clubes de futebol em Portugal é, como tem sido amplamente divulgada, extremamente debilitante. Multiplicam-se as situações de salários em atraso aos jogadores, de clubes com dívidas ao fisco e que não cumprem com as suas obrigações para com a Segurança Social.

Após anos e anos a pagarem salários acima das suas possibilidades e em que as receitas eram em muito ultrapassadas pelas despesas, o desfecho era por demais evidente. Apenas os irresponsáveis dirigentes desportivos não quiserem ver o óbvio, em parte contando com o contínuo apoio financeiro vindo de Câmaras Municipais, Governos Regionais e do próprio Governo.

Se os clubes são responsáveis por esta situação, não menos responsáveis são as entidades públicas que permitiram a manutenção desta situação insustentável por tantos anos.

Pois se o objectivo desses financiamentos era o saneamento financeiro dos clubes, o resultado foi exactamente o oposto. Ao não existir um critério rigoroso para esses apoios nem uma fiscalização eficaz do que era feito, os mesmos serviram apenas para promover a continuada má gestão dos clubes, sem que os dirigentes desportivos fossem penalizados por isso.

Mas, faz sequer sentido o Estado, seja através de que organismo fôr, financiar modalidades profissionais?

Do meu ponto de vista, o Estado deve apenas apoiar as camadas jovens: criando condições em termos de infraestruturas, financiando as viagens e os equipamentos desportivos (bolas, sapatilhas, fardamentos,etc).

Os dirigentes desportivos têm de aprender a gerir os seus clubes sem contar com apoios do Estado. E se, sem esse apoio, o clube não consegue disputar a 1ª Liga então dispute a 2ª Liga e se, no pior caso, não consegue disputar competições profissionais então dedique-se ao amadorismo. Até porque a maioria dos dirigentes desportivos actuais estão claramente aptos apenas a gerir clubes amadores...