sábado, setembro 30, 2006

Breves sobre a OPA à PT



Tenho ouvido com atenção vários comentadores a dissertar sobre a OPA à PT. Acho particular piada ouvi-los falar sobre o futuro das telecomunicações em Portugal sem nunca referirem várias questões que acho pertinentes, caso a Sonae vença:

1- Se a Sonae vencer poderá escolher com qual das redes poderá ficar.

Se optar, como julgo, pela rede de cabo será obrigada a vender a NOVIS? É porque seria sui generis a Sonae.com ficar com uma empresa de cabo e outra de pares de cobre quando sempre se mostraram contra essa situação na PT.

2- Como qualquer pessoa que trabalhe na área sabe, as comunicações móveis geram actualmente já mais receitas que as comunicações fixas. Todas as previsões apenas apontam para que esta tendência se agrave.

Assim sendo, que sentido faz a Autoridade da Concorrência (AdC) aceitar uma concentração monopolista nos móveis para que haja mais concorrência na rede fixa?

E por favor não me falem dos remédios impostos pela AdC para que, supostamente, esse efeito monopolista nos móveis sejam menos graves. Então se a Optimus, num mercado em que nenhum dos concorrentes chegou a deter sequer 50% de quota, nunca conseguiu obter 20% de quota de mercado, será um novo operador, competindo com outro com cerca de 65% de quota, que vai conseguir vingar?

3- Quem será responsável por prestar o serviço universal?

O Estado vai obrigar ambas as redes a garantir o serviço universal? E em relação à rede móvel, isso também irá acontecer?

E se o Governo optar por manter essa obrigatoriedade apenas para a rede de cobre, irá pagar a essa empresa por esse serviço que não será, na maioria dos casos, rentável?

Dúvidas e curiosidades...