quarta-feira, março 14, 2007

Uma (Verdadeira) Política Desportiva

Uma vez que, para todos os efeitos, a Madeira está já em pré-campanha para as eleições regionais julgo que é altura ideal para debater com seriedade temas relevantes como seja a política desportiva do Governo Regional.

Neste momento, e antes de mais, é essêncial definir o que se pretende com uma política desportiva governamental.

Essa política deve ter como objectivo incentivar a prática desportiva por parte de, idealmente, toda a população. Isso implica duas componentes distintas: uma virada para a juventude e outra para a restante população.

O desporto para a juventude, para além de ser uma parte integrante da componente educativa, serve também para a formação dos futuros desportistas profissionais.

Em relação à restante população o desporto deve ser encarado como um complemento da política de saúde. São por demais conhecidos os benefícios do desporto para o bem-estar e qualidade de vida das pessoas.

Em ambas as componentes faz todo o sentido a existência de parcerias entre o governo e os clubes.

Todavia, se analisarmos o que tem sido a política desportiva dos vários governos do PSD na região, verificamos que não têm sido estes os objectivos dessa mesma política.

Uma análise aos financiamentos desportivos do Governo Regional permitem verificar que uma enorme fatia tem ido para o apoio ao desporto profissional e, em especial, para o futebol.

Apesar disso, a quase totalidade dos clubes madeirenses que recebem apoios financeiros estão extremamente endividados sendo mesmo frequentes os problemas de ordenados em atraso em muitos deles. Esta situação claramente não indicia boa gestão...

A questão da construção dos estádios de futebol do Nacional e Marítimo são também exemplos caros de desperdício sem qualquer mais valia para a região.

Por outro lado, com frequência, vêm responsáveis governamentais afirmar que as verbas despendidas no apoio ao desporto profissional servem para promover a Madeira no exterior. Contudo, nunca foi apresentado nenhum estudo que demonstre, com números, a eficácia dessas medidas em comparação, por exemplo, com as campanhas de promoção da Madeira como destino turístico efectuadas pela Secretaria Regional de Turismo.

Na minha opinião não deve o Governo Regional financiar o desporto profissional. Tal como referi, cabe ao governo incentivar e criar as condições para a prática desportiva da população em geral e os clubes devem aproveitar essa base para, com receitas próprias e dentro das suas possibilidades, participarem nas competições profissionais.

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