sábado, julho 14, 2012

Uma Verdadeira Política Desportiva

Apesar da informação financeira dos clubes da RAM não estar disponível para consulta pelo cidadão comum de forma fácil e transparente, as notícias que surgem com cada vez mais frequência na comunicação social não deixam margens para dúvidas que os clubes madeirenses vivem situações dramáticas que podem, no limite, colocar em perigo a sua própria existência.

Tendo em conta que a esmagadora maioria dos clubes sobreviviam há muito graças aos apoios financeiros do Governo Regional (GR), e sabendo qual a situação financeira da própria região, este estado de coisas não pode constituir propriamente uma surpresa.

O que já pode ser mais surpreendente é a inércia e a falta de ideias demonstrada pelo GR. No desporto – como aparentemente em muitas outras coisas – parece que o GR vive num estado de negação que não lhe permite perceber a verdadeira situação da região. E, naturalmente, sem um diagnóstico correcto é impossível estabelecer planos e políticas realistas para resolver as situações.

O facto é que para os clubes, desde há muito e por uma continuada má gestão, cada época representava um aumento do seu passivo e um mais um passo na direcção do precipício. Evidentemente que esta situação não era financeiramente sustentável e que, mais dia menos dia, daria origem a situações de insolvência.

Julgo que este momento deve ser encarado – com coragem e visão – como uma oportunidade para acabar com esta politica desportiva ruinosa e estabelecer um novo modelo que seja sustentável para uma região como a Madeira.

Mas não basta reduzir os apoios financeiros e manter a mesma estratégia!

Existem um conjunto de princípios e ideias que devem suportar uma nova estratégia desportiva:

• O apoio aos escalões de formação, mas que não tem de ser necessariamente feita apenas em dinheiro, que muitas vezes é usado pelos dirigentes para outros fins como o seja o apoio ao futebol profissional.

• A criação de 1 clube único para todas as modalidades ditas amadoras. Por exemplo, no voleibol, em vez da região estar a subsidiar as equipas seniores masculinas e femininas de Machico, Câmara de Lobos, Marítimo e Madeira (para nomear apenas algumas), existiria apenas uma equipa sénior masculina e outra feminina desse clube único que competiria a nível nacional e funcionaria como receptáculo dos jogadores madeirenses das camadas jovens dos restantes clubes regionais.

• Utilização única e exclusiva de atletas madeirenses nesse clube único.

• Relativamente ao futebol profissional, devia também ser concretizada a criação de um clube único capaz de lutar pelo título da Primeira Liga Portuguesa de Futebol e que garantisse uma quota mínima de 50% de madeirenses no plantel. Se é possível ao Atlético de Bilbao jogar apenas com jogadores da sua região no mais competitivo campeonato do mundo porque não é possível ter pelo menos 50% de atletas da Madeira?

• Ainda relativamente ao futebol profissional, devia ser criado um Campeonato Regional de Futebol, provavelmente com equivalência à Divisão Madeira da 3ª Divisão Nacional, em que participariam as equipas regionais seniores - inclusivamente as do Marítimo, União e Nacional. Isto permitiria reavivar a paixão e as rivalidades saudáveis que o futebol regional teve noutros tempos e, ao mesmo tempo, contribuir para a dinamização da vida económica dos vários concelhos através das ‘romarias’ aos campos de futebol que os clássicos regionais costumavam dar origem.

Julgo que esta estratégia permitiria simultaneamente reduzir drasticamente custos financeiros e, igualmente importante, dar mais e melhores oportunidades aos atletas madeirenses, em vez de estarmos a patrocinar brigadas de atletas estrangeiros.

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quarta-feira, abril 04, 2012

Uma Madeira Virtual

As drásticas medidas de austeridade, ‘cozinhadas’ entre os Governos da República e da RAM, ainda não foram todas implementadas na RAM e a situação de crise só não é evidente para quem não queira ver: diariamente surgem notícias de falências e fechos de empresas e a taxa de desemprego é já assustadora – e pior – como uma tendência para continuar a crescer.

Contudo, e ao contrário do que seria razoável de esperar mas infelizmente já é hábito, o PSD-M e o seu governo continuam a tentar negar as evidências e a culpar tudo e todos – menos eles próprios que sempre governaram a RAM – por esta situação. O problema é que hoje não há como fazer com que os Madeirenses não vejam ou sintam na pele todos os efeitos devastadores de uma política económica desastrosa e errada: em todas as famílias há situações de desemprego e de dificuldades!

E assim todo este castelo de nuvens criado ao longo de décadas pelo PSD-M se dissipa e mostra claramente a realidade: na Madeira adoptou-se uma estratégia de crescimento que não era sustentável mas apenas alimentada pelo acesso fácil ao crédito; com o fim do acesso a esse crédito o governo regional demonstra uma completa incapacidade para lidar com a realidade e criar uma nova estratégia adequada a estes novos e difíceis tempos…

É aliás curioso verificar que a oposição – que sempre foi insultada e desvalorizada pelo PSD-M e sobretudo pelo seu líder como sendo ignorante e incompetente, tentando criar uma falsa imagem que fora do PSD-M o panorama político regional era um deserto – estava afinal correcta no seu diagnóstico sobre o que seria o futuro da região se o PSD-M mantivesse o mesmo rumo. Estar certo nestas circunstâncias não dá nenhuma alegria mas é bom lembrar para que ninguém tente apagar da memória colectiva como chegamos até aqui…

A pergunta que cada Madeirense deve fazer e tentar responder a si mesmo é: afinal onde estava a incompetência e a irresponsabilidade?
Para mim a resposta é óbvia: se é isto o melhor que o PSD-M sabe fazer, que venham outros quaisquer porque – como diria o famoso comediante brasileiro Tiririca – pior que está não fica!

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sexta-feira, março 16, 2012

(Des)Interesse Público

O recente caso político da demissão do Secretário de Estado da Energia na sequência do estudo sobre as ‘rendas excessivas’ dos produtores de energia eléctrica, veio mostrar de forma inequívoca que este Governo não está em funções para defender o interesse público.

Senão vejamos : na sequência do acordo efectuado com a ‘troika’ foi identificado aquilo que a ‘troika’ considerou ‘rendas excessivas’ nos subsídios aos produtores de electricidade – ou seja pagamentos que compensavam em excesso os custos dessa produção – e, como tal, ficou definido que essa situação tinha de ser corrigida.

O ex-Secretário de Estado encomendou então um estudo a uma consultora internacional que calculou essas ‘rendas’ como sendo de cerca de 4 mil milhões de euros - e em que a EDP recebia uma boa fatia deste valor – e anunciou a sua intenção de mudar drasticamente este esquema de subsidiação para a produção de energia eléctrica.

A reacção do responsável máximo da EDP, relativamente a esta possibilidade de ver reduzidos os
subsídios para produção, foi duríssima pondo em causa o qualidade do estudo, o secretário de estado e o próprio Governo. No fundo o homem da EDP agiu como se a empresa que ele dirige estivesse acima do Estado e do interesse público.

Que o líder de uma empresa tente defender os interesses da sua empresa e condicionar um Governo ainda se pode compreender mas o que já é inaceitável é que, na sequência dessas pressões, um Governo ceda e force a saída do seu membro com a respectiva tutela!

E aqui é que se nota os dois pesos e as duas medidas na governação: relativamente ao cidadão comum o Governo não teve nenhum problema em cortar subsídios, salários e pensões, mas quando confrontado com interesses instalados e ilegítimos das grandes empresas cede de forma vergonhosa.

É intolerável que numa situação de emergência nacional como a que atravessamos, os sacrifícios não sejam distribuídos de forma justa e equitativa. Pior: este Governo coloca todo o peso dos sacrifícios nos cidadãos mais fracos e protege grandes empresas – com lucros imensos – de verem aumentadas minimamente a sua contribuição! Nem mesmo com a bênção da ‘troika’…

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domingo, outubro 09, 2011

Eleições Regionais 2011: Que futuro para estes dirigentes do PS-M?

Que melhor prova do total desnorte dos actuais responsáveis do PS-M que as declarações feitas por Jacinto Serrão e Maximiliano Martins? Como é possível afirmar que os eleitores é que não compreenderam as suas propostas?? Se existe responsabilidade é exactamente destes responsáveis políticos que tinham de dar o litro para explicar claramente as suas ideias aos Madeirenses e não o fizeram!

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Eleições Regionais 2011: Machico dá mais uma lição democrática!

Está confirmado! A oposição em Machico obtém a maioria dos votos derrotando o PSD-M de forma inapelável...

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Eleições Regionais 2011

A contagem dos votos ainda não está concluída mas tudo indica que o PS-M caí para a terceira força na RAM enquanto o CDS, capitalizando votos do PSD-M e menor escala também do PS, sobe para maior partido da oposição.

Neste momento ainda não é certo que o PSD-M perca a maioria absoluta...resta esperar que sim. Aqui Funchal, Santa Cruz e Machico serão determinantes.

Uma vez mais Machico demonstra o seu enorme sentido democrático infligindo uma derrota ao PSD-M: ao que tudo indica a oposição no concelho no seu todo tem mais votos que o PSD-M!

Continuo a seguir a contagem dos votos atentamente...

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sábado, fevereiro 05, 2011

Desgoverno na Agricultura

A vida para os pequenos agricultores na Madeira nunca foi fácil mas parece que as entidades regionais responsáveis pelo sector continuam apostadas em tornar essa vida cada vez mais difícil.

São vários os aspectos onde isso é evidente mas talvez a questão do regadio agrícola – ou água de rega – seja aquela onde mais se nota o desleixo da política agrícola regional.

Ao longo dos últimos anos muitas das levadas dedicadas ao regadio parecem ter sido abandonadas à sua sorte e a qualidade da água piora sistematicamente trazendo consigo todo o tipo de dejecto que se possa imaginar.

Para agravar ainda mais esta situação cada vez mais os horários das regas não são cumpridos nem controlados tendo, muitas vezes, os tristes agricultores que andar ‘à caça’ da água várias vezes durante o seu turno de rega.

Uma parte desta situação parece também ter uma relação directa com a diminuição do número de levadeiros ao serviço.

A algum tempo atrás foi notícia no DN-M que haveriam mais funcionários na Secretaria Regional do Ambiente e Recursos Naturais (SRA) do que agricultores inscritos na Madeira. Pois bem, aparentemente a única reestruturação que os responsáveis desta secretaria decidiram fazer foi a de reduzir o número de levadeiros – como se fosse aí que residissem os problemas financeiros da secretaria.

Como ‘surpreendentemente’ – mesmo após as reduções no número de levadeiros – os problemas financeiros persistem eis que a SRA decide avançar com mais medidas ‘brilhantes’ mas, desta vez, em relação aos apoios financeiros à agricultura.

Nos últimos tempos a SRA iniciou um processo de fiscalização aos apoios atribuídos aos agricultores. Essa iniciativa seria positiva se não fosse a forma como está a ser implementada: os agricultores que foram escolhidos para serem inspeccionados não receberam o apoio a que teriam direito em 2011 – e que como é usual já foi pago em Janeiro aos restantes agricultores.

Ou seja, antes de ser demonstrada qualquer falha por parte dos agricultores que serão ainda inspeccionados , os mesmo viram já os apoios cortados pela SRA.

Igualmente caricato é que os agricultores que vão à SRA reclamar deste procedimento são informados que se tratam de ‘cortes de Lisboa’! Na realidade é o Governo Regional que decide a quem e como são atribuídos estes subsídios. Agora o que ninguém sabe claramente é que critérios são esses…

O que é inegável é que perante a necessidade de proceder a cortes o Governo Regional escolheu cortar as ajudas aos pequenos agricultores – através da desculpa de estar a proceder a fiscalizações - em vez de cortar nos imensos desperdícios da máquina da administração regional. São opções...

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quinta-feira, janeiro 27, 2011

Leituras do resultado eleitoral de José Manuel Coelho

Julgo ser mera miopia política pensar que o resultado de Coelho nas presidênciais irá ser traduzido de igual forma nas regionais de Outubro.

Do meu ponto de vista boa parte dos eleitores aproveitou esta eleição - que vêm como sendo para um cargo sem poder real - para um voto de protesto. Mas quando se tratar de governar a Madeira irão procurar alguém que julguem realmente capaz de o fazer e o Coelho - por maior simpatia que se possa ter pela pessoa - não é certamente essa pessoa.

Dito isto gostaria de salientar que acho que o PND possa ser perfeitamente capaz de eleger um grupo parlamentar, ou seja, mais do que um deputado...e como me disse um amigo meu: é ver já os tachistas a se porem em bicos de pé e a se fazerem muito amigos do PND e de José Manuel Coelho!

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quarta-feira, janeiro 12, 2011

Protesto enviado ao Provedor da RTP

Na sequência da vergonhosa entrevista que a pseudo-jornalista (pseudo porque uma verdadeira jornalista está obrigada a determinados principios de imparcialidade e isenção que Judite Sousa demonstra claramente não possuir) Judite Sousa conduziu a José Manuel Coelho enviei um protesto ao provedor da RTP que passo a publicar:

'Venho por esta forma exprimir o meu profundo desagrado pela descriminação da RTP para com a candidatura de José Manuel Coelho.

Como se já não bastasse a RTP pretender se substituir ao Tribunal Constitucional ao não aguardar pelo fim do prazo para as candidaturas presidenciais e dessa forma não ter concedido a todos os candidatos a possibilidade de participar nos debates, agora junta-se a deplorável actuação da jornalista Judite Sousa na condução da entrevista a José Manuel Coelho.

Desde o tom e agressividade com que foi conduzida toda a entrevista - que não se viu com mais nenhum candidato - até os sorrisos de escárnio e gozo para com os colegas no estúdio!

É vergonhoso que um canal público subsidiado por todos os portugueses se preste a este tipo de actuação.

É inaceitável que uma jornalista menospreze e ridicularize um candidato que possui - de acordo com o Tribunal Constitucional! - todas as condições para concorrer a Presidente da República e mostre sinais claros de parcialidade na forma como conduz as entrevistas aos diferentes candidatos.

Lamentável de facto!'

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terça-feira, janeiro 11, 2011

Entrevistas: Nobre foi o mais visto, Coelho foi a surpresa - Sol

Entrevistas: Nobre foi o mais visto, Coelho foi a surpresa - Sol

De realçar que José Manuel Coelho foi o candidato que obteve de longe maior share!

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domingo, novembro 21, 2010

Investimentos Sem Retorno

Nos últimos tempos a situação económica de Portugal tem sido um dos temas mais mediáticos quer no panorama nacional quer no panorama internacional.

Apesar dos muitos debates na comunicação social sobre este assunto noto que a principal preocupação tem estado quase unicamente nas medidas que devem ser tomadas para inverter a actual situação.

Embora tal seja compreensível julgo igualmente necessário debater de forma séria as razões que levaram a esta situação pois só assim se poderão evitar que os mesmos erros sejam cometidos novamente no futuro.

De entre os vários erros cometidos nenhum se me afigura tão grave como os erros relativos a alguns dos investimentos efectuados. Isto porque, para além do desperdício que já representa um investimento sem retorno, como tais investimentos foram em boa parte financiados por empréstimos o Estado Português acaba por pagar a dobrar por esses erros: uma vez pelo retorno que não obteve do investimento e outra pelo pagamento do empréstimo e respectivos juros.

De entre estes maus investimentos gostaria de chamar à atenção sobretudo para os investimentos rodoviários pois esses constituíram um ponto comum a todos os Governos dos últimos 20 anos.

Poderia recorrer a vários exemplos de obras rodoviárias construídas em Portugal mas por uma questão de proximidade vou usar como exemplo a nossa Via Rápida.

Concordo absolutamente com a necessidade de construir a Via Rápida e, tendo em conta os constrangimentos da orografia da Madeira, a construção de uma Via Rápida com recurso a túneis era a solução que mais permitia reduzir as distâncias e aproximar as diferentes localidades da Madeira.

Até aqui tudo bem! O problema é que para realmente maximizar o retorno para a região deste investimento o Governo Regional tinha que ter tomado outras medidas que optou por não tomar.

Um exemplo emblemático são as alterações no sistema de saúde - que corresponde a uma das principais despesas no orçamento regional – que não foram feitas.

Com a Via Rápida os vários Centros de Saúde de cada concelho ficaram bastante mais próximos uns dos outros e, como tal, era perfeitamente possível reduzir o número de Centros de Saúde.

Se tivermos ainda em conta que muitos desses Centros nem têm médicos permanentes percebemos rapidamente que essa redução não teria impacto ao nível dos cuidados prestados. Até porque com a poupança na despesa que se obteria com a redução do número de Centros de Saúde era possível adquirir, por exemplo, uma ambulância extremamente bem equipada para cada concelho capaz de responder rápida e eficientemente às necessidades da população.

Naturalmente alterações desta amplitude teriam de ser planeadas e implementadas com tempo mas a questão é que neste momento, na situação financeira insustentável que Portugal se encontra, já não haverá mais esse tempo e muitas destas medidas serão tomadas sem o devido planeamento.

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sexta-feira, outubro 15, 2010

Embuste à PSD-M!



Nos últimos dias temos assistido a uma tentativa por parte do PSD-M de iludir e enganar os Madeirenses em relação ao que defende o PS-M relativamente à aplicação do pacote de austeridade!

Vários 'inventores' de opinião do PSD-M - chamo-os assim porque eles criam a sua própria versão do que é dito, sem qualquer pejo em deturpar a mensagem original - tentam difundir a ideia que o PS-M não pretende a aplicação de medidas de austeridade na região. Nada mais falso!

Como é claramente esclarecido no vídeo aqui apresentado, o PS-M pretende é que sejam aplicadas OUTRAS medidas de austeridade aproveitando o poder que a autonomia concede à região!

Em vez de cortar nos salários dos funcionários públicos e nas prestações sociais o PS-M defende que se ataque antes de mais o despesismo crónico que o PSD-M instituiu no governo regional.

Eis onde se pode cortar sem dificuldade: fundir ou extinguir institutos, fundações e empresas públicas; reduzir os altos cargos e número de chefias; despesas de funcionamento da Assembleia Regional; redução ou eliminação das despesas de representação; redução do número de viaturas nomeadamente eliminando a benesse de viatura para os directores regionais e muito, muito mais!

Antes de isto ser feito não se pode aceitar o corte para os do costume!

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quarta-feira, outubro 13, 2010

Portugal no Conselho de Segurança da ONU

Portugal foi eleito ontem para um mandato de 2 anos no Conselho de Segurança da ONU.

A alguns dias atrás no DN-M um membro do PSD-M, misturando de forma ridícula a influência internacional da diplomacia portuguesa e a situação económica, argumentava que Portugal era olhado com desconfiança e sem respeito pela comunidade internacional...

É um caso típico do mal dizer português e de tentar sempre pintar um cenário pior do que a realidade. Será falta de iniciativa e de falta de capacidade para abordar temas que interessem de facto à população?

Fico a aguardar o que esse senhor agora tem a dizer...mas se tivesse que apostar diria que vai meter a guitarra no saco e assobiar para o lado como se nada tivesse acontecido e continuar a emitir as suas sempre 'sábias' lições!

Nada de estranhar nestes 'líderes de opinião' do PSD-M...

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terça-feira, outubro 12, 2010

Resposta à Resposta

Em relação ao primeiro ponto julgo que o que pretende referir é a desresponsabilização e não o facilitismo.

Facilitismo no sistema educativo é o termo geralmente empregue para se referir à diminuição do nível de exigência.

Julgo que a clarificação dos termos faz toda a diferença neste caso: o que eu argumentava era que facilitar a passagem dos alunos dificilmente promovia a violência e a indisciplina...

Em relação ao deficit como deve imaginar ele não surgiu de um dia para o outro. Foi devido ao acumular de erros e de falta de coragem dos sucessivos governos (PS e PSD) para cortar na despesa improdutiva do estado que se chegou a esta situação. E em relação a despesas supérfluas e improdutivas o PSD-M não recebe lições de ninguém...

Quanto às medidas a tomar para controlar a despesa do estado e reduzir o deficit existem, de facto, muito a fazer. Mas também aqui não vejo mais coragem no PSD que no PS.

Fusão e extinção de empresas, fundações e institutos públicos; redução dos altos cargos e número de chefias; redução das despesas de representação e do número de viaturas do estado; acabar com a acumulação das reformas; reestruturação administrativa do poder local: após as fortunas gastas em infra-estruturas manter, por exemplo, o número de juntas de freguesia é ridículo!

O PSD-M aqui também foi fantástico: construiu, e bem, as vias rápidas mas em vez de aproveitá-las para reduzir, por exemplo e entre outros, o número de centros de saúde (alguns estão a escassos minutos entre si e não têm pessoal médico permanente...) por uma questão eleitoralista decidiu manter ou construir novos.

Podia falar de tantos outros exemplos: dinheiro mal gasto no apoio ao desporto profissional; criação de Sociedades de Desenvolvimento que apenas serviram para fugir ao endividamento zero de Ferreira Leite, aumentar exponencialmente o deficit regional e distribuir ‘jobs for the boys and girls’; construção de parques empresariais que estão vazios...

Podia dizer muito mais mas alongar-me-ia demasiado e os exemplos são mais do que elucidativos para o facto de que o PSD-M é provavelmente o último a poder dar lições de boa gestão.

Imagino que não concorda apesar de serem factos indesmentíveis pelo que vamos concordar que discordamos...

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Resposta de Sara André

Passo a reproduzir a resposta que Sara André colocou no seu blog:

"Bem vamos por partes. Com certeza não me soube expressar bem:

-Afirmo que o facilitismo na educação leva à indisciplina e à violência.Pois muito bem...,quando falo de facilitismo falo na total falta de meios com que o professor muitas vezes se depara, até do ponto de vista disciplinar para se impor na sala.
As crianças podem faltar e não têm consequencias, a maior parte das vezes faltam ao respeito e tambem nada lhes acontece. è obvio que perante isto a consequencia, duas de muitas, é o aumento da indisciplina e violência. E a prova são os numeros e as noticias na comunicação social.

Acho que é absolutamente possivel provar a causalidade entre o facilitismo e a indisciplina e violência escolar! A ausencia de regras leva à ausencia de valores e por isso considero de facto, que um estabelecimento escolar que promova o facilitismo esteja a gerar a indisciplina e a violência.


- Afirmo então que a nossa sociedade está doente exactamente pela ausencia de valores sociais e politicos e que são necessários novos mecanismos para que tudo se altere. Referiro-me a novos quadros normativis.

- Refiro que a política nacional do PS é acenar com facilitismos e dádivas porque foi o que fez na campanha eleitoral com o complemento de reforma e a promessa de não aumentar os impostos, fez aumentos na função publica e salário minimo e aumentou as prestações sociais de abono de familia. E agora o que fez? Teve não só que retirar tudo, como agravou as condições das familias.

E foram algumas destas medidas que o PSD alertou que não era o momento certo para se avançar e foi criticado por iss. A economia estava débil e o deficit era elevado. Essa era a altura a que me referia.

Obviamente agora é necessário as medidas de austeridade tendo em conta o que se deu e gastou e que não se podia pagar.

Relativamente aos tachos entregues a militantes do PSD, gostaria de dizer. que em cargos politicos obviamente os lugares são distribuidos por militantes deste partido. Mal seria se assim não fosse.

Quanto a associações, conheço muitas que são presididas por pessoas que não são do PSD. E há votos nas associações.todos são liveres de se candidatar. Eu falo por mim.
Nunca misturei a minha acção politica com a associativa e tive a honra, e tenho actualmente, de trabalhar nas organizações com militantes ou simpatizantes de outros partidos.

A regra é, a politica fica à porta, ali somos unidos por outros interesses."

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terça-feira, outubro 05, 2010

A Crise da Região

A habitual coluna no DN-Madeira da social-democrata Sara André não costuma conter reflexões ou pensamentos profundos sobre a política madeirense ou nacional, limitando-se geralmente na mera defesa do seu partido usando argumentos que não raras vezes, na minha opinião, são pouco coerentes e demasiado parciais.

Contudo o artigo intitulado Crise da República, embora mantendo a génese daquilo que constitui o artigo típico de Sara André, contém alguns pontos ‘curiosos’.

Primeiro a surpresa por um membro do PSD-M assumir a sua concordância com as medidas de austeridade recentemente anunciadas pelo Governo da República. Isto de facto constitui uma novidade!

Mas Sara André vai mesmo mais longe ao ponto de criticar o PS-M por segundo ela terem afirmado que a Madeira não necessitaria de ir tão longe nas medidas de austeridade.

Apesar de na minha interpretação o PS-M ter afirmado uma coisa bem diferente – o que o PS Madeira afirmou foi que a autonomia que a região tem devia de servir para alguma coisa e nomeadamente para a criação de um pacote de medidas de austeridade que se adaptem melhor à situação concreta da Madeira (se é para fazer tudo igual ao governo da República porque andamos nós a pagar àqueles senhores que se sentam na Assembleia Regional??) – esta afirmação torna evidente a nova estratégia do PSD-M.

Após décadas de uma gestão esbanjadora por parte do Governo Regional – as marinas e os parques industriais que continuam às ‘moscas’, as fortunas mal gastas pelas ‘Sociedades de Endividamento’ e os subsídios ao desporto profissional apenas para enumerar alguns exemplos - que originou um deficit gigantesco na região, o PSD-M vê neste pacote de medidas de austeridade a possibilidade de proceder aos cortes que, por receio do impacto que teria nos resultados eleitorais, se vinha recusando a fazer.

Desta forma vai tentar como sempre sacudir a ‘água do capote’ dos seus 30 anos de governação e afirmar que a culpa desses cortes é toda do Governo da República.

Mas assim sendo fica provado que o Governo Regional é incapaz, nestes tempos difíceis, de criar um pacote próprio que com coragem e criatividade acabem com o esbanjamento reinante que criou e limita-se a aplicar as medidas que o Governo da República tomou.

Apesar de julgar que existem medidas de fundo que deviam ser tomadas para reduzir o deficit que não foram tomadas – por exemplo a fusão e extinção de institutos e empresas públicas (e onde se incluem as Sociedades de Desenvolvimento da região) e a redução das chefias e altos cargos nas mesmas – noto a diferença entre quem tem coragem para tentar atacar o problema e quem não tem.

Finalmente realço a referida parcialidade de Sara André: se o PS supostamente não sabe governar porque o País está neste estado o que dizer então do PSD-Madeira que colocou a Madeira nesta situação de endividamento gigantesco hipotecando gravemente o futuro da nossa região?

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quinta-feira, julho 08, 2010

A Singapura do Atlântico

O Dr. Alberto João Jardim (AJJ) tem repetidamente ao longo dos últimos anos sugerido que a Madeira devia ser ‘a Singapura do Atlântico’.

Antes de mais convém lembrar que Singapura, graças a uma estratégia baseada na educação e indústria (sobretudo nos sectores da electrónica, refinação de petróleo, produtos químicos e ciências biomédicas), se transformou em poucas décadas num dos países do mundo com maior rendimento per capita.

Apesar desta ideia de AJJ ter sido bastante ridicularizada por ter sido vista por pessoas sem ambição nem visão como um delírio, pessoalmente achei que era uma ideia com o potencial de pelo menos fazer pensar na estratégia de crescimento de longo prazo para a região e estabelecer uma visão do que se pretendia para o nosso futuro.

Na minha opinião numa região com parcos recursos naturais como a Madeira a maior riqueza está nos seus recursos humanos e, como tal, os investimentos para a criação de um sistema de educação de excelência são cruciais para maximizar o potencial existente.

Mas tais investimentos têm de ter um retorno palpável e efectivo e assim julgo que seria necessário assumir com coragem e ambição objectivos claros que pudessem ser verificáveis facilmente. Sugiro, por exemplo, que se estabelecesse uma meta para que em 5 anos os resultados nas provas nacionais das escolas madeirenses estivessem acima da média nacional e que a Universidade da Madeira estivesse colocada nos rankings publicados pelo Ministério da Educação entre as 3 melhores universidades portuguesas.

Em termos das áreas de indústria a investir sou da opinião que as Tecnologias de Informação e as Ciências Biomédicas são as mais prioritárias pois são as que permitem mais facilmente que uma região como a Madeira possa criar um cluster de empresas que associadas à Universidade possam criar produtos e serviços exportáveis para qualquer parte do mundo.

Naturalmente que para competir a nível global em áreas tão competitivas como as que referi, em que não há espaço para amadorismos nem favorecimentos nem incompetências, é necessário que o mérito, a competência e o conhecimento sejam os únicos critérios a ter em conta em todas as decisões.

Investimentos deste calibre têm custos financeiros elevados pelo que será necessário naturalmente redireccionar verbas de outras áreas. Talvez, em vez de investirmos milhões no futebol profissional para os clubes contratarem jogadores estrangeiros e onde o retorno é altamente duvidoso, se pudesse usar essas verbas para atrair os melhores investigadores nas áreas referidas para a Universidade da Madeira e assim os nossos alunos universitários pudessem aprender com os melhores cérebros.

Evidentemente que toda esta estratégia e a respectiva implementação é árdua e necessita de investimentos contínuos durante um longo prazo e um controlo rigoroso dos resultados que vão sendo obtidos.

Agora o que não se pode é querer que a Madeira se torne na ‘Singapura do Atlântico’ e estar à espera que isso aconteça por obra do Espírito Santo.

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sábado, junho 05, 2010

Guerra DN-M vs JM

A demissão do director do DN-Madeira por de acordo com o mesmo estar a ser usado como bode expiatório pelo Governo Regional para manter o ataque àquele matutino e a ‘curiosa’ resposta do líder do executivo regional voltaram a colocar a actual situação da comunicação social regional na ordem do dia.

Em termos da imprensa escrita regional a situação caracteriza-se pela existência de dois jornais que competem entre si: de um lado o DN-Madeira (DN-M)que é completamente privado e do outro o Jornal da Madeira (JM) fortemente financiado pelo Governo Regional.

A situação agudizou-se mais recentemente devido ao facto do JM se ter tornado um jornal gratuito e pelo Governo Regional ter decidido acabar com qualquer tipo de publicidade institucional no DN-M em favor do JM e ter ‘sugerido’ a todos os serviços e instituições públicas regionais que deixassem de subscrever o DN-M.

Pessoalmente sou da opinião que nenhum órgão do Estado deve possuir, directa ou indirectamente, meios de comunicação social. Mas o que se passa na região é ainda mais grave que a simples posse de um meio de comunicação social.

O Governo Regional argumenta demagogicamente que pretende com o apoio ao JM ‘assegurar o pluralismo de opinião’. Contudo se compararmos os dois jornais rapidamente concluímos que se existe pluralismo de opinião é no DN-M pois no JM os artigos de opinião são todos, sem excepção, de apoiantes acérrimos do partido no poder e não existe sequer espaço para que eventuais leitores possam exprimir as suas opiniões! Tendo em conta que o JM é sustentado por todos os contribuintes acho esta situação inaceitável. Será para nem correrem o risco de terem que publicar alguma crítica ao partido no governo e à sua governação?

Relativamente aos cortes na publicidade e nas assinaturas do DN-M são práticas que vindo de quem vem não podem surpreender. Trata-se afinal do seu muito democrático e tradicional modo de operação…

No entanto não posso deixar de assinalar como também aqui não têm qualquer problema em prejudicar o cidadão normal para alimentar a sua guerra contra o DN-M. Basta recordar, por exemplo, o que se passou quando, após a tempestade de 20 de Fevereiro, os Horários do Funchal alteraram percursos e horários mas apenas fizeram publicar tais alterações no JM deixando muitos cidadãos leitores do DN-M (apenas o maior jornal da região…) na completa ignorância em relação a essas mesmas alterações. Um exemplo banal, dirão os caciques do regime, mas por isso mesmo bem elucidativo da realidade regional…

Assim torna-se claro que se algum dos jornais pode ser apelidado de ‘panfleto político’ não é com certeza o DN-M…

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sexta-feira, maio 07, 2010

A Inversão do Conceito de Justiça ou a Pura Sem-Vergonhice?

Recentemente o Governo da República decidiu impor um tecto aos valores máximos dos subsídios de desemprego.

De acordo com o executivo a medida visa acabar com algumas situações em que os desempregados tinham mais vantagem em estar a receber o respectivo subsídio do que a trabalhar.

Não podia estar mais de acordo com tal medida pois a manutenção da situação anterior correspondia a um desincentivo para regressar ao mercado de trabalho e, como tal, desvirtuava a razão da existência do subsídio de desemprego.

O subsídio de desemprego existe para apoiar as pessoas que querem voltar ao mercado de trabalho e não conseguem e não para permitir que algumas pessoas com menos escrúpulos vivam à conta do subsídio quando podiam estar a trabalhar…até porque quem sai prejudicado desta situação são aqueles que realmente precisam!

Contudo não posso desligar esta medida de toda a polémica em redor dos prémios dos gestores públicos e dos gestores das empresas participadas pelo Estado.

Apesar de um discurso politicamente correcto do Governo argumentando que a sua proposta era a de redução dos prémios dos referidos gestores, a realidade está bem longe do discurso.

Enquanto nas empresas participadas tal proposta foi liminarmente rejeitada mesmo nas empresas do Estado verificam-se situações vergonhosas.

Se é verdade que nestas últimas empresas houve uma redução dos prémios atribuídos aos gestores, a verdade é que em muitas delas não devia haver sequer prémio. Afinal, e para citar apenas um caso, como se justifica que a Refer apresente prejuízos de quase 113 milhões de euros e continue numa péssima situação económica e, apesar disso, os seus gestores vejam os prémios aumentados em 13%?!

Se o discurso do Governo era para ser levado a sério exigiam-se medidas sérias do executivo nestas escandalosas situações! E mesmo em relação às empresas participadas, nas quais o Governo não tem poder para alterar as decisões, o executivo, se acredita mesmo no que diz, devia criar um imposto extraordinário para garantir que os gestores vissem os seus prémios reduzidos nos tão prometidos 20%.

Não é aceitável que se seja tão célere a corrigir situações que afectam os menos privilegiados e se assobie para o lado quando se tratam de situações que beneficiam aqueles que, felizmente, já vivem mais desafogadamente…

É esta falta de ética e de justiça social, esta espécie de vale tudo que corrói as sociedades e contribui para um sentimento de descrédito e de falta de esperança no futuro.

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sábado, abril 24, 2010

A Madeira das Avessas



No passado dia 20 de Fevereiro abateu-se sobre a Madeira uma enorme tragédia que colheu a vida a várias dezenas de pessoas e causou prejuízos materiais extremamente avultados.

O fenómeno causador de tal catástrofe é por demais conhecido dos madeirenses: os aluviões.

Neste aluvião, tal como nos outros de um passado mais ou menos longínquo, a causa é sempre a mesma: uma elevadíssima precipitação num curto espaço de tempo aliada à orografia única da nossa região.

Infelizmente há muito pouco que possa ser feito para alterar a orografia da Madeira e ainda menos para impedir que caiam tais quantidades de chuva.

Resta-nos então estar cientes que estes fenómenos acontecem com alguma regularidade e tudo fazer para tentar minimizar os seus efeitos.

E foi isso que foi sendo denunciado durante vários anos pelos principais especialistas científicos nacionais e regionais como não estando a ser feito. Na opinião desses especialistas o mau planeamento urbanístico e as alterações nos cursos de água contribuiriam para o agravamento dos efeitos dos aluviões.

Apesar de, infelizmente, o tempo ter vindo a lhes dar razão parece que alguns dos principais dirigentes políticos insistem em não querer aprender a lição com quem, como ficou tristemente provado, sabe do que fala...

Assisto assim com perplexidade a uma tentativa de serem alguns políticos a definir as questões técnicas da reconstrução!

Não será já tempo de deixar os especialistas técnicos definir aquilo que é tecnicamente viável e aconselhável sem constrangimentos prévios de ordem política?!

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