A Crise da Região
A habitual coluna no DN-Madeira da social-democrata Sara André não costuma conter reflexões ou pensamentos profundos sobre a política madeirense ou nacional, limitando-se geralmente na mera defesa do seu partido usando argumentos que não raras vezes, na minha opinião, são pouco coerentes e demasiado parciais.
Contudo o artigo intitulado Crise da República, embora mantendo a génese daquilo que constitui o artigo típico de Sara André, contém alguns pontos ‘curiosos’.
Primeiro a surpresa por um membro do PSD-M assumir a sua concordância com as medidas de austeridade recentemente anunciadas pelo Governo da República. Isto de facto constitui uma novidade!
Mas Sara André vai mesmo mais longe ao ponto de criticar o PS-M por segundo ela terem afirmado que a Madeira não necessitaria de ir tão longe nas medidas de austeridade.
Apesar de na minha interpretação o PS-M ter afirmado uma coisa bem diferente – o que o PS Madeira afirmou foi que a autonomia que a região tem devia de servir para alguma coisa e nomeadamente para a criação de um pacote de medidas de austeridade que se adaptem melhor à situação concreta da Madeira (se é para fazer tudo igual ao governo da República porque andamos nós a pagar àqueles senhores que se sentam na Assembleia Regional??) – esta afirmação torna evidente a nova estratégia do PSD-M.
Após décadas de uma gestão esbanjadora por parte do Governo Regional – as marinas e os parques industriais que continuam às ‘moscas’, as fortunas mal gastas pelas ‘Sociedades de Endividamento’ e os subsídios ao desporto profissional apenas para enumerar alguns exemplos - que originou um deficit gigantesco na região, o PSD-M vê neste pacote de medidas de austeridade a possibilidade de proceder aos cortes que, por receio do impacto que teria nos resultados eleitorais, se vinha recusando a fazer.
Desta forma vai tentar como sempre sacudir a ‘água do capote’ dos seus 30 anos de governação e afirmar que a culpa desses cortes é toda do Governo da República.
Mas assim sendo fica provado que o Governo Regional é incapaz, nestes tempos difíceis, de criar um pacote próprio que com coragem e criatividade acabem com o esbanjamento reinante que criou e limita-se a aplicar as medidas que o Governo da República tomou.
Apesar de julgar que existem medidas de fundo que deviam ser tomadas para reduzir o deficit que não foram tomadas – por exemplo a fusão e extinção de institutos e empresas públicas (e onde se incluem as Sociedades de Desenvolvimento da região) e a redução das chefias e altos cargos nas mesmas – noto a diferença entre quem tem coragem para tentar atacar o problema e quem não tem.
Finalmente realço a referida parcialidade de Sara André: se o PS supostamente não sabe governar porque o País está neste estado o que dizer então do PSD-Madeira que colocou a Madeira nesta situação de endividamento gigantesco hipotecando gravemente o futuro da nossa região?
Contudo o artigo intitulado Crise da República, embora mantendo a génese daquilo que constitui o artigo típico de Sara André, contém alguns pontos ‘curiosos’.
Primeiro a surpresa por um membro do PSD-M assumir a sua concordância com as medidas de austeridade recentemente anunciadas pelo Governo da República. Isto de facto constitui uma novidade!
Mas Sara André vai mesmo mais longe ao ponto de criticar o PS-M por segundo ela terem afirmado que a Madeira não necessitaria de ir tão longe nas medidas de austeridade.
Apesar de na minha interpretação o PS-M ter afirmado uma coisa bem diferente – o que o PS Madeira afirmou foi que a autonomia que a região tem devia de servir para alguma coisa e nomeadamente para a criação de um pacote de medidas de austeridade que se adaptem melhor à situação concreta da Madeira (se é para fazer tudo igual ao governo da República porque andamos nós a pagar àqueles senhores que se sentam na Assembleia Regional??) – esta afirmação torna evidente a nova estratégia do PSD-M.
Após décadas de uma gestão esbanjadora por parte do Governo Regional – as marinas e os parques industriais que continuam às ‘moscas’, as fortunas mal gastas pelas ‘Sociedades de Endividamento’ e os subsídios ao desporto profissional apenas para enumerar alguns exemplos - que originou um deficit gigantesco na região, o PSD-M vê neste pacote de medidas de austeridade a possibilidade de proceder aos cortes que, por receio do impacto que teria nos resultados eleitorais, se vinha recusando a fazer.
Desta forma vai tentar como sempre sacudir a ‘água do capote’ dos seus 30 anos de governação e afirmar que a culpa desses cortes é toda do Governo da República.
Mas assim sendo fica provado que o Governo Regional é incapaz, nestes tempos difíceis, de criar um pacote próprio que com coragem e criatividade acabem com o esbanjamento reinante que criou e limita-se a aplicar as medidas que o Governo da República tomou.
Apesar de julgar que existem medidas de fundo que deviam ser tomadas para reduzir o deficit que não foram tomadas – por exemplo a fusão e extinção de institutos e empresas públicas (e onde se incluem as Sociedades de Desenvolvimento da região) e a redução das chefias e altos cargos nas mesmas – noto a diferença entre quem tem coragem para tentar atacar o problema e quem não tem.
Finalmente realço a referida parcialidade de Sara André: se o PS supostamente não sabe governar porque o País está neste estado o que dizer então do PSD-Madeira que colocou a Madeira nesta situação de endividamento gigantesco hipotecando gravemente o futuro da nossa região?
2 Comments:
Em primeiro lugar, gostaria de enaltecer a forma minimamente educada como o leitor Miguel Santos apresentou a sua opinião, relativamente ao meu artigo de opinião, e soube consubstanciar a mesma. Infelizmente, o que se vê na blogosfera e opinião, tirando honrosas excepções, são ataques gratuitos e de maldicência pura com o único objectivo de difamar e tentar atingir a dignidade das pessoas. Umas fazem-no simplesmente por ódio politico, outras porque lhes fazemos sombra e nunca com elas iremos concordar.
Mas voltando à carta do leitor de Miguel Santos, que tambêm publicou esta mesma carta no seu blogue, relativamente à profundidade das minhas análises ou parcialidade opinativa, tudo depende de como e de quem lê, e obviamente tambêm da sua parcialidade de pensamento. Gosto de utilizar uma linguagem e vocabulário simples, para que todos entendam do que falo.Uma das coisas que me dá uma enorme satisfação, é ser abordada na rua por pessoas anónimas e normais, que com a sua simpliciadade e humildade, dizem-me que gostaram do que escrevi, simplesmente porque entenderam o que lá estava e que não usava palavras "caras" que ninguem percebe.
Em relação à minha posição, reitero-a: concordo que sejam aplicadas medidas de auteridade, não só no País como na Região, tendo em conta a situação dificil em que nos encontarmos.
Obviamente discordo que sejam sempre os mesmos a pagar a factura de quem governa mal e por isso obviamente não não posso concordar com todas as medidas do PS, mas gostaria tambêm que fossem mais longe com outras.
Alguns dos meus artigos podem parecer tendenciosos por ser do PSD, Partido que tenho muita honra em pertencer, mas eu gostaria que as pessoas se abstraissem disso e se resumissem aos factos sobre o que escrevo.È obvio se quisermos extravazar o que está escrito, muito se poderá dizer, mas se nos cingirmos aos factos veremos que, se calhar, não são distantes da realidade, como muitos querem fazer querer.
Gostaria de terminar dizendo que ao longo de todos os anos de governo na RAM, alguns erros foram cometidos, o proprio Presidente do PSD-M já o afirmou. Ninguem é perfeito, e como seres humanos errar tambem faz parte do processo da aprendizagem, mas não tenho duvidas, porque tive o previlégio de conhecer muitos países, que, globalmente, o melhor que aconteceu à Madeira foi ter tido um Líder como Alberto João.As condições de vida que temos na Região não se comparam às de outras regiões do País. Vivemos tempos dificeis, e como Povo temos de estar o mais unidos possiveis, porque só assim poderemos ultrapassar tudo isto.
Para terminar, também não gosto nada de alguns militantes do PSD , e de outros, de algumas das suas posições. Mal seria se tal acontecesse... só significaria que não tinha personalidade ou opinião própria. Já o afirmei publicamente e isto não é novidade para ninguem.Todos nós, no seio das nossas familias, temos membros de quem não gostamos ou de quem pontualmente não concordamos. Nos partidos não é diferente. Agora, eu gosto de tratar com respeito, não só os meus inimigos internos, como tambem os meus adversários politicos, dos restantes partidos.
Cara Sara André,
Antes de mais gostaria de referir que o meu artigo não faz nem pretende fazer qualquer ataque pessoal – não só porque não a conheço pessoalmente mas sobretudo porque o meu objectivo é discutir ideias e políticas e não pessoas – mas tão somente expressar a minha opinião sobre o conteúdo político dos seus artigos.
Assim sendo registo com apreço que essa tenha sido também a sua interpretação.
Naturalmente que em qualquer organização existem bons e maus elementos e dentro do PSD-M existem várias pessoas às quais reconheço enorme capacidade e grande sentido democrático, sendo capazes de debater com elevação os diferentes temas e respeitar quem pensa de maneira diferente mesmo não concordando. Infelizmente a corrente dominante no PSD-M não age dessa maneira e, como tal, felicito-a por se distanciar deste último grupo.
De facto ninguém sabe tudo e ninguém é perfeito pelo que um debate honesto e franco entre quem pensa diferente é sempre enriquecedor para todas as partes.
Julgo que muitos dos problemas da Madeira seriam melhor resolvidos se existisse uma maior capacidade de diálogo e respeito mútuo entre os intervenientes políticos.
Acho também que faz todo o sentido que se orgulhe em fazer parte do PSD pois este foi, junto com o PS, o garante para a existência de um estado democrático em Portugal.
Em relação ao conteúdo do seu artigo afirma que a parcialidade pode depender em parte de quem lê. Até posso concordar em parte com essa afirmação mas já não concordo em relação à profundidade e coerência: uma afirmação ou é coerente ou não é e ou tem profundidade ou não.
Citaria alguns exemplos do seu último artigo para reforçar o que digo:
- Afirma que o facilitismo na educação (fenómeno com o qual também não concordo) leva à indisciplina e à violência. Julgo muito difícil provar a causalidade entre o facilitismo e a indisciplina e violência escolar! Será mesmo que um estabelecimento escolar que promova o facilitismo esteja a gerar necessariamente a indisciplina e a violência? Não creio.
- Afirma então que a nossa sociedade está doente (porquê?) e que são necessários novos mecanismos para que tudo se altere (quais?).
- Refere que a política nacional do PS é acenar com facilitismos e dádivas. Então e a política do PSD-M? Onde existe um dos níveis mais elevados de funcionários públicos (bem acima do que seria eficiente) e os cargos, até em instituições culturais sem qualquer função política, são entregues a elementos do PSD-M?
-Afirma que o PSD foi criticado quando o partido em tempos (quando exactamente?) afirmou que não era o momento para adoptar certas medidas (refere-se a cortes na despesa, presumo…) porque a economia estava débil e o deficit era elevado. Então nessa altura (que eu não sei qual é) o deficit era elevado mas não era adequado proceder a cortes na despesa (presumo que era isso que queria dizer)? Mas agora já concorda com os cortes? Mas agora o deficit não continua alto? E então na sua opinião a economia agora já está sólida? É porque se está então afinal a governação do PS não pode ter sido tão má…e se não está, então em que difere a situação actual da tal que referiu existir ‘em tempos’? Nessa altura achava bem não haver cortes mas agora já concorda? Não percebo!
Obviamente que estas críticas nada têm a ver com não ter respeito por uma pessoa mas são sim dúvidas e críticas que julgo fazerem todo o sentido tendo em conta os pontos (e outros mais) que referi.
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