Investimentos Sem Retorno
Nos últimos tempos a situação económica de Portugal tem sido um dos temas mais mediáticos quer no panorama nacional quer no panorama internacional.
Apesar dos muitos debates na comunicação social sobre este assunto noto que a principal preocupação tem estado quase unicamente nas medidas que devem ser tomadas para inverter a actual situação.
Embora tal seja compreensível julgo igualmente necessário debater de forma séria as razões que levaram a esta situação pois só assim se poderão evitar que os mesmos erros sejam cometidos novamente no futuro.
De entre os vários erros cometidos nenhum se me afigura tão grave como os erros relativos a alguns dos investimentos efectuados. Isto porque, para além do desperdício que já representa um investimento sem retorno, como tais investimentos foram em boa parte financiados por empréstimos o Estado Português acaba por pagar a dobrar por esses erros: uma vez pelo retorno que não obteve do investimento e outra pelo pagamento do empréstimo e respectivos juros.
De entre estes maus investimentos gostaria de chamar à atenção sobretudo para os investimentos rodoviários pois esses constituíram um ponto comum a todos os Governos dos últimos 20 anos.
Poderia recorrer a vários exemplos de obras rodoviárias construídas em Portugal mas por uma questão de proximidade vou usar como exemplo a nossa Via Rápida.
Concordo absolutamente com a necessidade de construir a Via Rápida e, tendo em conta os constrangimentos da orografia da Madeira, a construção de uma Via Rápida com recurso a túneis era a solução que mais permitia reduzir as distâncias e aproximar as diferentes localidades da Madeira.
Até aqui tudo bem! O problema é que para realmente maximizar o retorno para a região deste investimento o Governo Regional tinha que ter tomado outras medidas que optou por não tomar.
Um exemplo emblemático são as alterações no sistema de saúde - que corresponde a uma das principais despesas no orçamento regional – que não foram feitas.
Com a Via Rápida os vários Centros de Saúde de cada concelho ficaram bastante mais próximos uns dos outros e, como tal, era perfeitamente possível reduzir o número de Centros de Saúde.
Se tivermos ainda em conta que muitos desses Centros nem têm médicos permanentes percebemos rapidamente que essa redução não teria impacto ao nível dos cuidados prestados. Até porque com a poupança na despesa que se obteria com a redução do número de Centros de Saúde era possível adquirir, por exemplo, uma ambulância extremamente bem equipada para cada concelho capaz de responder rápida e eficientemente às necessidades da população.
Naturalmente alterações desta amplitude teriam de ser planeadas e implementadas com tempo mas a questão é que neste momento, na situação financeira insustentável que Portugal se encontra, já não haverá mais esse tempo e muitas destas medidas serão tomadas sem o devido planeamento.
Apesar dos muitos debates na comunicação social sobre este assunto noto que a principal preocupação tem estado quase unicamente nas medidas que devem ser tomadas para inverter a actual situação.
Embora tal seja compreensível julgo igualmente necessário debater de forma séria as razões que levaram a esta situação pois só assim se poderão evitar que os mesmos erros sejam cometidos novamente no futuro.
De entre os vários erros cometidos nenhum se me afigura tão grave como os erros relativos a alguns dos investimentos efectuados. Isto porque, para além do desperdício que já representa um investimento sem retorno, como tais investimentos foram em boa parte financiados por empréstimos o Estado Português acaba por pagar a dobrar por esses erros: uma vez pelo retorno que não obteve do investimento e outra pelo pagamento do empréstimo e respectivos juros.
De entre estes maus investimentos gostaria de chamar à atenção sobretudo para os investimentos rodoviários pois esses constituíram um ponto comum a todos os Governos dos últimos 20 anos.
Poderia recorrer a vários exemplos de obras rodoviárias construídas em Portugal mas por uma questão de proximidade vou usar como exemplo a nossa Via Rápida.
Concordo absolutamente com a necessidade de construir a Via Rápida e, tendo em conta os constrangimentos da orografia da Madeira, a construção de uma Via Rápida com recurso a túneis era a solução que mais permitia reduzir as distâncias e aproximar as diferentes localidades da Madeira.
Até aqui tudo bem! O problema é que para realmente maximizar o retorno para a região deste investimento o Governo Regional tinha que ter tomado outras medidas que optou por não tomar.
Um exemplo emblemático são as alterações no sistema de saúde - que corresponde a uma das principais despesas no orçamento regional – que não foram feitas.
Com a Via Rápida os vários Centros de Saúde de cada concelho ficaram bastante mais próximos uns dos outros e, como tal, era perfeitamente possível reduzir o número de Centros de Saúde.
Se tivermos ainda em conta que muitos desses Centros nem têm médicos permanentes percebemos rapidamente que essa redução não teria impacto ao nível dos cuidados prestados. Até porque com a poupança na despesa que se obteria com a redução do número de Centros de Saúde era possível adquirir, por exemplo, uma ambulância extremamente bem equipada para cada concelho capaz de responder rápida e eficientemente às necessidades da população.
Naturalmente alterações desta amplitude teriam de ser planeadas e implementadas com tempo mas a questão é que neste momento, na situação financeira insustentável que Portugal se encontra, já não haverá mais esse tempo e muitas destas medidas serão tomadas sem o devido planeamento.
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