domingo, outubro 29, 2006

Havana - The Lost City



Cuba tem um enorme efeito de atracção em mim e assim, desde a estreia, que pretendia ver esta visão de Andy Garcia de Cuba no período da revolução.

Fui sem grandes expectativas e, talvez por isso, gostei bastante. O filme não trata com exaustão a revolução, as suas origens ou causas...antes pretende dar uma visão do impacto da mesma no modo de vida da Cuba de então e na vida dos cubanos.

De certo modo tem um pendor autobiográfico pois Andy Garcia quando tinha 5 anos foi forçado, junto com a família, a abandonar Cuba.

Fantástica mesmo é a banda sonora! Um verdadeiro hino à música cubana que me fascina e encanta!

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Um excelente filme que se tornou, provavelmente, no meu preferido de Almodovar.

O que mais impressiona com Almodovar é a sua capacidade para transformar uma história perfeitamente banal num grande filme.

A não perder.

quarta-feira, outubro 25, 2006

A lei das finanças regionais

Relativamente a toda esta problemática da nova proposta de lei para as Finanças Regionais, convém tentar analisar as reais questões em causa não se deixando envolver nos discursos demagógicos que abundam na política regional e nacional e que tentam mascarar interesses próprios como sendo interesses da região ou da nação.

Antes de mais, gostaria de afirmar categoricamente, e ao contrário do que se houve muitos centralistas afirmar, que as fatias do Orçamento de Estado (OE) que são distribuídas pelas autarquias e regiões autónomas não são uma benesse generosa do Governo Central.

As verbas que constam desse orçamento são o resultado de contribuições de todos os portugueses espalhados por cada município e região autónoma de Portugal. Obviamente que cada uma destas entidades administrativas (regiões autónomas ou autarquias) geram maior ou menor riqueza conforme as suas próprias particularidades mas tecnicamente cada uma dessas entidades tem direito a determinada fatia do OE.

Julgo também necessário destrinçar duas questões independentes que têm sido metidas ‘no mesmo saco’: a nova proposta de lei para as finanças regionais e a questão das penalizações por endividamento excessivo.

A questão das penalizações foram negociadas e aceites aquando da aprovação da actual lei. Assim sendo, e caso se confirme que o endividamento permitido à RAM foi excedido, faz todo o sentido que sejam aplicadas as penalizações.

As leis são feitas para serem cumpridas na sua totalidade e não apenas nas partes que nos agradam! O Governo Regional tem de ser capaz de cumprir os seus deveres para ter a legitimidade de exigir que sejam igualmente respeitados os seus direitos.

Já em relação à questão da nova proposta de lei das finanças regionais sinto-me obrigado a discordar dos critérios usados pelo Governo Central. A meu ver, os critérios usados devem permitir avaliar correctamente o nível de riqueza de cada região, por forma a descriminar positivamente as regiões menos favorecidas em relação às mais favorecidas.

Nesse sentido julgo que o critério do poder de compra em cada região permite uma muito mais eficaz avaliação do nível de riqueza da população do que critérios como a distância das regiões autónomas ao continente ou o PIB gerado.

Dito isto não posso deixar de referir que é um sinal preocupante e que merece reflexão o facto da Madeira, em termos de PIB gerado, ser a 3ª região mais rica de Portugal mas contudo ser das que tem o mais baixo poder de compra! Um claro sinal que na ‘Nova Madeira’, e aqui imitando o resto do país, os ricos estão cada vez mais ricos e o resto da população cada vez mais pobre…

Finalmente não posso deixar de achar irónico o facto de AJJ estar a sofrer na pele o mesmo remédio que aplicou a Machico quando por lá a câmara municipal estava na posse da oposição: nessa altura o governo regional bloqueou totalmente os seus investimentos no concelho beneficiando as outras autarquias governadas pelo seu partido. Agora queixa-se…é caso para dizer ‘what goes around comes around'!

domingo, outubro 22, 2006

The Seed



[Verse 1: Black Thought]
Knocked up 9 months ago
And what she finna have she don't know
She want neo-soul, this hip-hop is old
She don't want no rock-n-roll
She want platinum or ice or gold
She want a whole lotta somethin' to fold
If you a obstacle she just drop ya cold
Cuz one monkey don't stop the show
Little Mary is bad
In these streets she done ran
E'er since when the heat began
I told the girl look here
Calm down I'ma hold your hand
To enable you to peep the plan
Cuz you is quick to learn
And we can make money to burn
If you allow me the latest game
I don't ask for much, but enough room to spread my wings
And the world finna know my name

[Verse 2: Cody Chesnutt]
I don't ask, for much these days
And I don't bitch, and whine, if I don't get my way
I only wanna fertilize another behind my lover's back
I sit and watch it grow standin' where I'm at
Fertilize another behind my lover's back
And I'm keepin' my secrets mine
I push my seed in her bush for life
Its gonna work because I'm pushin' it right
If Mary drops my baby girl tonight
I would name her Rock-N-Roll

[Verse 3: Black Thought]
Uh-huh
Cadillac need space to roam
Where we headin for she don't know
We in the city where the pros shake rattle and roll
And I'm a gaddang rollin' stone
I don't beg I can hold my own
I don't break I can hold the chrome
And this weighin' a ton and I'm a son of a gun
My code name is The Only One and Black Thought is bad
These streets he done ran ever since when the game began
I never played the fool
Matta fact I be keepin' it cool
Since money been changing hands
And I'm left to shine, but the legacy that I leave behind be the seed
that'll keep the flame
I don't ask for much but enough room to spread these wings
And the world finna know my name

[Verse 4: Cody Chesnutt]
I don't beg
For no rich man
And I don't scream, and kick, when his shit don't fall in my hands, man
Cuz I know how to still
Fertilize another against my lover's will
I lick the opposition cuz she don't take no pill
Ooh-ooh-ooh-ooh-ooh-ooh-no dear
You'll be keeping my legend alive
I push my seed in her bush for life
Its gonna work because I'm pushin' it right
If Mary drops my baby girl tonight
I would name her Rock-N-Roll
Oh-ooh break it down, break it down, break down beat

[break]
I push my seed somewhere deep in her chest
I push it naked cuz I've takin my test
Deliverin' Mary it don't matter the sex
I'm gon' name it rock and roll
I push my seed in her bush for life
It's gonna work becuz I'm pushin it right
If Mary drop my baby girl, tonight
I would name her Rock-N-Roll
I would name her Rock-N-Roll
I would name her Rock-N-Roll yeah
I would name it Rock-N-Roll

terça-feira, outubro 17, 2006

Cortar onde é preciso!

A necessidade de reduzir o deficit para 3,7% em 2007 motivou a elaboração de novas propostas de lei para as finanças regionais e locais por parte do Governo.

O objectivo do poder central na elaboração destas novas propostas de lei é, por demais, óbvia: utilizá-las como ferramentas para reduzir as transferências para o poder regional e municipal.

Esta maneira de proceder faz passar a mensagem, de forma intencional ou não, de que os principais responsáveis pela situação de descalabro orçamental de Portugal são as autarquias e as regiões autónomas.

Ora, qualquer cidadão que decida olhar minimamente para as contas do Estado verifica de imediato que são os ministérios os maiores usurpadores do OE: ministérios como o da Saúde e da Educação são verdadeiros glutões das verbas do OE sem que, infelizmente, os cidadãos sintam um real usufruto dessas verbas.

Todos os indicadores e estudos internacionais sistematicamente arrasam a qualidade do sistema de ensino nacional e, em relação à saúde, qualquer português que se dirija a uma unidade de saúde pública sabe o martírio que é.

Obviamente que o facto dos ministérios serem tremendamente ineficientes na gestão dos dinheiros públicos não pode servir de desculpa para que as autarquias e regiões autónomas façam mau uso das suas fatias do OE.

Assim sendo, a única forma do Governo mostrar que tem legitimidade para forçar as autarquias e regiões autónomas a receberem menos dinheiro é, ele próprio, cortar, de forma proporcional, nos valores transferidos para cada ministério.

Mas o mais importante é que esses cortes sejam realmente efectuados do lado das despesas dos ministérios e não tanto do lado do investimento. Está na altura de acabar com os enormes privilégios e com as despesas supérfluas que abundam em cada ministério.

A este propósito não posso deixar de lembrar a decisão do primeiro-ministro japonês que, na sua tomada de posse, anunciou o corte de 30% do seu salário. Que melhor exemplo pode um líder de um país dar de contenção da despesa?

quinta-feira, outubro 12, 2006

História do Japão




A China e o Japão, não sei bem porque razão, sempre exerceram sobre mim um enorme fascínio.

Foi portanto natural que não tenha resistido à compra deste livro. O autor desmistifica muitos dados sobre o Japão e a sua cultura que julgava serem precisos e ao mesmo tempo desvenda muitos pormenores pouco conhecidos dos não-especialistas.

Um bom livro para qualquer pessoa que tenha interesse sobre o país do sol nascente.

E ainda a qualidade da praia de Machico

Não pude deixar de conter um sorriso triste ao acompanhar esta pequena novela entre Emanuel Gomes e Bernardo Martins sobre o tema da qualidade da praia de Machico.

Para começar gostaria de referir que das duas vezes que, neste Verão, estive a passear pela promenade da cidade de Machico pude verificar junto do calhau a presença de várias ratazanas. Isso, só por si, deve servir como indicador da qualidade da praia de Machico… pelo menos para mim e para os meus familiares serviu! Não tenho a mínima dúvida de que Machico, com a sua magnífica baía, tem todas as condições para se tornar, de longe, na melhor praia da Madeira. O primeiro passo foi já feito com a construção da promenade e a requalificação de toda a zona à beira-mar.

Neste momento torna-se necessário enfrentar, provavelmente, o último problema: a qualidade da água da praia que tem sido o 'calcanhar de Aquiles' de há muitos anos a esta parte. Lembro-me perfeitamente de durante vários anos, tipicamente em fins de Agosto, e inclusive no tempo da presidência de Bernardo Martins, serem efectuadas descargas dos esgotos do Hotel Dom Pedro directamente para a praia impossibilitando, como é óbvio, a utilização da praia por várias semanas.

Não é pois nenhuma novidade para os Machiquenses a existência deste problema recorrente. Resta então 'apenas' resolvê-lo! Para tal será necessário determinar, com precisão, a fonte da poluição das águas e eliminá-la.

Relativamente à novela propriamente dita, gostaria de frisar o seguinte:

1- Caro Sr. Presidente, o facto da análise em determinada data ter tido bons resultados não invalida que antes ou depois as análises tenham maus resultados. Caso tenham havido análises com maus resultados, caberia à edilidade informar os utentes da praia para evitar situações que pudessem perigar a saúde dos mesmos. Esconder a sujidade debaixo do tapete nunca foi solução…

2- Não consigo perceber a relação entre a contínua ineficácia na resolução deste problema com o facto de Bernardo Martins ter sido derrotado em duas eleições consecutivas(?!!). Caro Emanuel Gomes, o povo de Machico já avaliou o trabalho dos edis anteriores, agora é você que está a ser avaliado. E garanto que tentar culpar as governações anteriores, sobretudo ao fim de 2 mandatos, não fica nada bem. E se os problemas não forem resolvidos o seu poderá também ser um mandato de má memória…

3- Finalmente, e num aparte, gostaria de congratular a actual governação camarária por ter, finalmente, conseguido dar nomes às ruas da cidade de Machico. Não que seja uma tarefa particularmente exigente mas, e fica aqui a lição para o Sr. Bernardo Martins, mesmo numa altura de apertos orçamentais é possível fazer, pelo menos, as pequenas coisas…


Miguel Santos in DN-Madeira, 11/11/2006

segunda-feira, outubro 09, 2006

Coincidências Partidárias: a Candidatura a Capital Europeia da Cultura e a Lei das Finanças Regionais

Título longo o deste post e, para o leitor menos atento, talvez sem nexo! Contudo existe uma coincidência que eu, sendo desconfiado por natureza, não posso deixar de achar estranha:

Na 'proposta' de lei das finanças regionais a Madeira é prejudicada em relação aos Açores. Os defensores da lei dirão que é justo beneficiar uma região autónoma com mais ilhas e mais afastada do Continente, os detractores por seu lado dirão que se trata de regiões autónomas com praticamente a mesma população e que não se deve prejudicar as regiões que melhor uso deram aos fundos europeus, de acordo com os critérios de avaliação estipulados. Mas o que eu pretendo chamar à atenção é o facto de a Madeira ser governada pelo PSD enquanto os Açores são pelo PS, o partido que se encontra também no governo da república.

Em relação à candidatura a cidade capital europeia da cultura surgiram três proponentes portuguesas: Braga, Coimbra e Guimarães. O curioso é que ganhou a única edilidade socialista...

Eu sei, eu sei...são apenas coincidências....

Estarei atento para tentar ver se estas 'coincidências' se continuam a acumular.