Aumentos de Capital e o Caso BCP - I
O caso BCP tem dado panos para mangas nos meios de comunicação social mas, antes de considerarmos esse caso concreto, analisemos os efeitos de um aumento de capital numa empresa genérica XPTO:
A empresa XPTO foi recentemente avaliada em 1,5 milhões de euros tendo sido emitidas inicialmente 1 milhão de acções, cada uma com um valor de 1 Euro. Assim sendo o valor actual de cada acção será de:
1,5M euros/1M acções = 1,5 euros/acção
Uma vez que a empresa XPTO pretende se expandir investindo em mais uma unidade de produção, decide proceder a um aumento de capital. Uma vez que a empresa pretende amealhar 600 mil euros com este aumento de capital através da emissão de novas acções a 1 euro naturalmente necessita de emitir 600 mil novas acções.
Assim, com a emissão das novas acções passam a existir 1M + 0,6M = 1,6M de acções no mercado e o valor total da empresa XPTO passa a ser de 1,5M + 0,6M = 2,1M de euros.
Quer isto dizer então que o valor corrente de cada acção passa a ser de:
2,1M euros/1,6M acções = 1,3125 euros/acção
Este aumento de capital, feito desta forma, deixa naturalmente extremamente feliz os subscritores das novas acções pois passam a ganhar 1,3125 euros (valor corrente) - 1 euro (valor nominal da acção)=0,3125 por acção!
Contudo, inversamente, as subscritores das acções iniciais estão obviamente irritados pois estão a perder: 1,5 euros (valor corrente antes do aumento de capital) - 1,3125 euros (valor corrente de cada acção após o aumento de capital)= 0,1875 euros por acção!!
A solução normalmente utilizada pelas empresas para que o aumento de capital não seja injusto para os subscritores iniciais é lançar as novas acções ao valor corrente da acção antes do aumento de capital. Neste caso as novas acções disponíveis no aumento de capital estariam disponíveis a: 1,5 euros por acção.
1 euro de cada acção é o valor nominal e 0,5 euros o prémio de cada acção (share premium).
A empresa XPTO foi recentemente avaliada em 1,5 milhões de euros tendo sido emitidas inicialmente 1 milhão de acções, cada uma com um valor de 1 Euro. Assim sendo o valor actual de cada acção será de:
1,5M euros/1M acções = 1,5 euros/acção
Uma vez que a empresa XPTO pretende se expandir investindo em mais uma unidade de produção, decide proceder a um aumento de capital. Uma vez que a empresa pretende amealhar 600 mil euros com este aumento de capital através da emissão de novas acções a 1 euro naturalmente necessita de emitir 600 mil novas acções.
Assim, com a emissão das novas acções passam a existir 1M + 0,6M = 1,6M de acções no mercado e o valor total da empresa XPTO passa a ser de 1,5M + 0,6M = 2,1M de euros.
Quer isto dizer então que o valor corrente de cada acção passa a ser de:
2,1M euros/1,6M acções = 1,3125 euros/acção
Este aumento de capital, feito desta forma, deixa naturalmente extremamente feliz os subscritores das novas acções pois passam a ganhar 1,3125 euros (valor corrente) - 1 euro (valor nominal da acção)=0,3125 por acção!
Contudo, inversamente, as subscritores das acções iniciais estão obviamente irritados pois estão a perder: 1,5 euros (valor corrente antes do aumento de capital) - 1,3125 euros (valor corrente de cada acção após o aumento de capital)= 0,1875 euros por acção!!
A solução normalmente utilizada pelas empresas para que o aumento de capital não seja injusto para os subscritores iniciais é lançar as novas acções ao valor corrente da acção antes do aumento de capital. Neste caso as novas acções disponíveis no aumento de capital estariam disponíveis a: 1,5 euros por acção.
1 euro de cada acção é o valor nominal e 0,5 euros o prémio de cada acção (share premium).
Etiquetas: Economia
2 Comments:
Não percebi o porque de afirmar que as novas acções seriam lançadas a 1 euro para logo a seguir afirmar que por uma questão de justiça são subscritas a 1,50!!!
Pelo pouco que conheço não há qualquer share premium! O aumento de capital é geralmente reservado aos actuais accionistas e o preço do aumento de capital não é significativamente do valor de mercado. Só podem adquirir as novas acções os actuais accionistas ou aqueles que venham entretanto a adquirir os "direitos" daqueles que não estejam interessados em concorrer ao aumento de capital. O preço desses direitos é feito pelo mercado e em média corresponde à diferença entre a actual cotação e a cotação a que serão lançadas as novas acções. Os direitos poderão ser mais caros ou mais baratos consoante o que pensam os investidores sobre o futuro da empresa ou da acção. Não tenho bem presente a história do último aumento de capital do BCP mas resumindo e de memória:
O BCP com cotação a rondar 1,85 - 1,90 terá anunciado um aumento de capital em que as novas acções seria vendidas 1,65 (?). Diria que os direitos foram transaccionados a uma média de 0,25, o que corresponde à diferença.
Em Junho de 2007, com a cotação do BCP a 4,19 recomendei a uma conhecida minha que vendesse as acções, seguiu outros conselhos. No fim de Dezembro com a cotação com um rombo de 50% fiz-lhe a mesma recomendação pois mais vale perder 50% do que 80%, novamente ignoro-me. Neste momento a cotação andará à volta do 1,20! Em Janeiro deste ano fiz um pequeno post a alertar para o que neste momento se está passar e para o que ainda ai vem. Houve que me chamasse de maluco. Felizmente que num bear market também é possível ganhar dinheiro "apostando" nas quedas e de forma alavancada!
Caro amsf,
Primeiro a empresa XPTO é uma empresa fictícia aqui citada apenas como exemplo para perceber como funciona um aumento de capital.
Segundo, a acção foi hipoteticamente lançada ao valor nominal de 1 Euro (ou seja, aquando da criação da empresa...) mas ao longo do tempo, novamente hipoteticamente, valorizou-se para 1,5Euros (valor a que estava a acção imediatamente antes do aumento de capital da empresa XPTO).
A questão de justiça, que aparentemente não entendeu, diz respeito à perda que os subscritores iniciais sofreriam em relação aos novos subscritores (aqueles que subscreveram acções aquando do aumento de capital)se as acções lançadas no aumento de capital tivessem um valor nominal de 1 euro (valor igual às acções colocadas no mercado aquando da criação da empresa).
Por essa razão, normalmente as empresas quando fazem aumentos de capital não lançam acções com um valor nominal igual ao valor da acção aquando da criação da empresa, isto pelo menos se a empresa estiver a ter bons resultados...
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