sexta-feira, fevereiro 13, 2009

O Porto Ainda Incomoda!

O Dr. Alberto João Jardim no passado dia 9, no seu habitual monólogo no Jornal da Madeira, na já famosa secção dos post-scriptum e sob o título ‘Idiotices!...’, ataca violentamente e, tal como usual, com termos muito pouco ‘simpáticos’ as opiniões expressas no Diário de Notícias sobre a situação do Porto do Funchal.

Uma vez que publiquei uma carta de leitor sob o título ‘O Porto das Lamentações’ que incide sobre esse tema, e apesar de não saber o que é um ‘comuno-socialista’, sinto-me na obrigação de responder.

Sei que o líder do PSD-M lida mal com as críticas e as opiniões divergentes por isso compreendo que a constituição portuguesa, que permite a livre opinião e liberdade de expressão, não seja propriamente do seu agrado. Paciência! A mim o que me preocuparia era se o PSD-M pudesse elaborar uma constituição para a Madeira!

Ainda no famoso post-scriptum refere que na questão dos transportes tem sido seguida uma política de mercado aberto (?!). Ora eu sou um acérrimo defensor da livre concorrência e do mercado aberto mas concerteza devemos ter definições diferentes destes conceitos…

Tanto quanto julgo saber existe apenas um único operador portuário na Madeira, o que dificilmente estimula um ambiente concorrencial, e que, sem surpresa, pratica os preços mais altos entre os portos europeus. Inclusive, em certos casos é mais barato enviar carga de Lisboa para os Açores do que para a Madeira…a tanto quanto aprendi nas minhas aulas de geografia a Madeira está bem mais perto de Lisboa que os Açores…estranho!

Dirá o Dr. Alberto João Jardim que só não entra mais nenhum operador porque não há quem queira? Não sei se será assim mas, mesmo que fosse, seria precisamente aí que um governo interessado pelo bem-estar da população madeirense deveria intervir, procurando activamente e incentivando que uma outra empresa pudesse entrar neste mercado, com todos os benefícios que a concorrência criada traria para a Madeira.

Diz ainda o presidente do PSD-M que as políticas seguidas pelo Governo Regional não têm tido prejuízo para a população (?!).

Se assim é agradecia que o Dr. Alberto João Jardim fizesse o obséquio de explicar como é que a não entrada na Madeira da cadeia de supermercados de baixo custo Lidl beneficiou os madeirenses? A entrada do Lidl aumentaria significativamente a concorrência nesse mercado e não é difícil imaginar como os madeirenses iriam poder ter acesso a bens alimentícios mais baratos…Mas infelizmente na altura (2001) deixou de ser permitida a construção de grandes superfícies com aquelas dimensões…foi pena!

E já que estamos neste tema seria possível esclarecer o ponto de situação do processo que o Lidl interpôs no tribunal europeu contra a Madeira, julgo que por práticas anticoncorrenciais?

Relativamente à afirmação que as soluções propostas pelos ‘críticos’ passam sempre por ser o erário público a pagar não posso senão achar hilariante.

Para além das soluções propostas não terem necessariamente de ser um encargo para o erário público, afirmações destas, vindas do principal responsável por um governo com uma dívida pública directa de cerca de 1500 milhões de euros e que teve iniciativas como as Sociedades de Desenvolvimento (ou deviam ser endividamento?), os parques empresariais e as marinas completamente desertos, para já não falar nos milhões que se desperdiçam no apoio ao futebol profissional e no jornal que o Dr. Jardim tanto escreve, não devem ser para ser levadas a sério!

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2 Comments:

Blogger amsf said...

Este post devia ser publicado como Carta do Leitor no DN mas pelo que vejo talvez o DN não esteja receptivo!

11:48 da tarde  
Blogger Michelangelo said...

Caro amsf,

é essa a ideia mas de momento estou a ponderar se envio os dados solicitados ou não :)

2:16 da manhã  

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