terça-feira, novembro 29, 2005
domingo, novembro 27, 2005
Serralves
Como referi num post anterior estive no Porto à coisa de 3 semanas e tive o prazer de voltar a visitar Serralves...Thomas Hirschhorn estava a expôr algumas das suas obras, sob a designação Anschool II.
Confesso que não fiquei fascinado com a exposição mas os Jardins de Serralves, pelo contrário, nunca desiludem...a prová-lo ficam algumas fotografias!
sábado, novembro 26, 2005
Invicta
Adoro a cidade do Porto por várias razões, algumas das quais provavelmente nem sei explicar...Adoro a cidade em si, o Douro, o calor das pessoas, Serralves...
As minhas idas ao Porto começaram a ser mais assíduas em 95 quando vim para a faculdade em Lisboa e o meu irmão foi para a FEUP. Durante o período da faculdade tive oportunidade de a ir conhecendo melhor graças também a alguns bons amigos que entretanto fui fazendo por lá.
Três semanas atrás tive o prazer de lá voltar novamente, ao fim de um interregno de quase dois anos que se ficou a dever, em parte, ao facto de nesse período ter estado na Madeira.
Aproveitei para fazer mais uma visita a Serralves e um 'tour' guiado à Casa da Música, onde fiquei a saber que existe a melhor sala do mundo, em termos acústicos...é sempre bom saber!
ElisabethTown
Acabo de chegar do cinema: ElisabethTown é, definitivamente, um filme a não perder. Uma comédia romântica com um enredo original que não precisa de recorrer aos 'clichés' habituais para fazer rir.
Faz pensar sobre as coincidências da vida e a forma como um encontro com outra pessoa pode realmente fazer mudar a nossa vida. Confesso que me fascinam esses acasos...mas isto já sou eu a divagar e é tema para um outro post!
Em suma, se ainda não viram corram a um cinema perto de vocês e desfrutem de uma bela sessão cinematográfica (afinal o filme já está em cartaz a algum tempo e não convém deixar fugi-lo!)
segunda-feira, novembro 21, 2005
Vai uma morna?
Dor di Amor
(Cesaria Evora / Mario Lucio)
Oiá c' ma dor di amor ca tem vocação
Oiá c' ma sê força ê moda tchuva
Ele ta da na tchom um planta novo ta nascé
Má si vida pergunt'ób pa mi
Engana' l dá' l volta
Negá' l resposta
Un' tem vergonha d' vivê
D' prop dor d' amá
Ta amá ta sofre ta amá
Ta amá pa vivê d' amor
© Piranha Publishing Africa Nostra
domingo, novembro 20, 2005
A Miragem da Vida ou A Maçadora Caminhada
A vida começa no dia em que,
Tomando consciência do mundo
Tomamos consciência da nossa existência
E, perdidos no centro do deserto,
Virgem, sem trilhos nem caminhos,
Rodeados por apenas uma imensidão de dourada areia
Perdemos o equilíbrio, a inata orientação.
Para que lado me devo dirigir?
Surge-nos então, ao longe, a visão de um oásis,
O destino certo para a felicidade eterna.
De um pulo fazemo-nos ao caminho,
A princípio com passo decidido
Mas o cansaço da caminhada faz-nos
Abrandar o ritmo, faz-nos duvidar se o oásis é real.
Ou será uma miragem?
Rodopiamos à procura de um outro trilho,
De repente surgem infinitos oásis,
Piscamos os olhos e não resta nenhum!
Queda desamparada, a cabeça gira
Os pensamentos surgem em turbilhão.
O que fazer?
Buscamos no fundo do nosso ser
Uma resta de força, de convicção,
Procuramos a alegria do tempo da inconsciência.
De novo em pé prosseguimos a marcha,
A distância ao éden terrestre diminui...
Será que lá chegaremos?
A agonia do último passo martiriza-nos,
por fim chegamos, mas a vida já não nos diz nada.
Afinal quando é que tudo acaba?
Miguel Santos (1999)
Do not go gentle into that good night
Do not go gentle into that good night,
Old age should burn and rave at close of day;
Rage, rage against the dying of the light.
Though wise men at their end know dark is right,
Because their words had forked no lightening they
Do not go gentle into that good night.
Good men, the last wavw by, crying how bright
Their frail deeds might have danced in a green bay,
Rage, rage against the dying of the light.
Wild men who caught and sang the sun in flight,
And learn, too late, they grieved it on its way,
Do not go gentle into that good night.
Grave men, near death, who see with blinding sight
Blind eyes could blaze like meteors and be gay,
Rage, rage against the dying of the light.
And you, my father, there on the sad height,
Curse, bless me now with your fierce tears, I pray.
Do not go gentle into that good night.
Rage, rage against the dying of the light.
Dylan Thomas, Everyman's Poetry
sábado, novembro 19, 2005
A lenda propriamente dita
A LENDA DE MACHIM
Muitos documentos antigos e relatos de viagens falam desta linda história de amor.
Machim era um jovem e belo cavaleiro inglês, forte e corajoso, mas sem fortuna. Apaixonou-se por uma menina da alta nobreza chamada Ana d’Arfet. Ela correspondia ao seu amor. Enviavam mensagens um ao outro por uma ama e combinavam encontros secretos. Andavam tão entusiasmados que não conseguiam esconder o que sentiam e, a certa altura, os pais dela descobriram e rebentou um escândalo, pois o casamento entre eles não era possível visto que ela pertencia a uma classe social superior à de Machim.
Os pais conseguiram que o próprio rei de Inglaterra arranjasse um noivo de alta linhagem para casar com a filha. Ana não teve outro remédio senão obedecer aos pais, mas não se conformou. Machim, como era um homem de acção, não desistiu do seu amor e, com a ajuda de amigos e parentes, traçou um plano de fuga para França.
No maior segredo, mandou-lhe a proposta pela ama do costume, marcando-lhe encontro no porto da cidade de Bristol. Aí embarcariam num navio de mercadores, quando a tripulação estivesse em terra. Ana aceitou. Fugiu de casa de madrugada, levando consigo apenas um crucifixo e as suas jóias.
Machim e os companheiros esperavam-na num batel e, mal ela chegou, remaram para um navio que estava parado e sem ninguém, soltaram logo a vela e fizeram-se ao mar.
Uma tempestade enorme arrastou-os para o largo, e como não tinham com eles piloto, perderam-se e andaram à deriva, ao sabor do vento e das correntes. Passados alguns dias avistaram uma terra desconhecida, toda coberta de arvoredo, mas desabitada. Aí deitaram âncora numa grande enseada e desembarcaram.
A partir daqui há duas versões da história: uma termina bem e a outra, pelo contrário, resulta numa tragédia:
Primeira versão:
Os dois apaixonados encontraram abrigo num enorme tronco oco de uma árvore, água com abundância e frutos silvestres para matar a fome. Na manhã seguinte descobriram que o barco e os companheiros tinham desaparecido, talvez levados pelo vento ou por algum encanto. Mas não se importaram: estavam juntos, tinham um abrigo e podiam construir mesmo uma cabana onde viver, não lhes faltava comida e água...
O local onde o parzinho desembarcou e viveu veio a chamar-se Machico em homenagem a Machim.
Segunda versão:
Ana desembarcou na ilha porque se encontrava doente de tão enjoada, pois a viagem tinha sido terrível. Machim resolveu então que ficariam ali alguns dias para descansarem antes de prosseguirem viagem. Ana e Machim não precisaram de construir qualquer abrigo porque encontraram uma enorme árvore oca, tão espaçosa que puderam pernoitar nela.
Mas na terceira noite que lá passaram levantou-se um vento tão forte que o barco se soltou e partiu, levando a maioria dos companheiros, que nada puderam fazer senão deixar-se arrastar.
Na ilha, verificando o desaparecimento da nau, Ana d’Arfet entrou num tal desespero que nunca mais falou e morreu passados poucos dias.
Machim, louco de dor, pediu aos poucos companheiros que tinham ficado na praia que partissem no pequeno barco a remos que lhes restava e que tentassem alcançar terra. Ele queria morrer ali e ficar sepultado ao pé da sua amada, pois a vida já não lhe interessava. Os amigos ficaram com ele, sempre a tentar convencê-lo a partir também, mas, passados uns dias, Machim morreu. Colocaram as duas sepulturas uma ao lado da outra, encimadas por uma cruz, e lá partiram à aventura, em demanda do continente.
Conclusão:
O final desta história é mais ou menos idêntico para as duas versões: os companheiros de Machim , levados por correntes marítimas, foram dar a terras árabes e aprisionados. Entre os cativos encontravam-se marinheiros castelhanos e/ou portugueses que tomaram conhecimento desta aventura. Mais tarde foram libertados ou capturados por barcos portugueses e um deles ter-lhes-á contado a história.
Há uma versão que diz mais: terá sido o próprio João Gonçalves Zarco o capitão do navio que teve conhecimento destes factos e terá entusiasmado o Infante D. Henrique, que se encontrava em Sagres, a irem em busca dessa terra para dela tomarem posse. Assim se fez, com autorização do rei D. João I.