25 de Abril
Foi há 32 anos que se deu o 25 de Abril. Foi o fim de um regime ditatorial que atrasou Portugal várias décadas, que impediu o seu desenvolvimento tecnológico e intelectual, que forçou milhares de portugueses a imigrar para conseguir emprego, em que não havia liberdade de imprensa, a fome abundava, e em que alguns eram donos e senhores do País.
Na minha opinião, a política de Educação do 'Estado Novo' foi a mais nefasta e a que teve repercussões negativas mais duradouras para Portugal. O objectivo de criar uma sociedade sem acesso à Educação (com excepção dos 4 anos de escolaridade obrigatória que pretendia sobretudo efectuar lavagens cerebrais e criar uma cultura de idolatria de Salazar, que propriamente ensinar) causou um atraso que tem demorado muito tempo a ultrapassar.
Tendo em conta tudo isto, não posso deixar de achar preocupante e ridícula a tendência que tem surgido nos últimos anos, em certos quadrantes da nossa sociedade, de elogiar o 'Estado Novo', as suas políticas e o seu ditador. É importante que não nos esqueçamos do que foi este período da nossa história, para que não volte a acontecer!
Outra das tendências que se tem imposto, esta bem mais antiga, é a do Partido Comunista, e outros desta mesma área política, se tentarem apropriar do 25 de Abril. Assumem-se como o partido libertador de Portugal quando, na realidade, o que eles tinham planeado para o nosso País era uma ditadura do tipo marxista-leninista, ou como eles tanto gostavam de dizer, uma democracia popular.
Mas de todas as tendências que existem actualmente relativamente ao 25 de Abril, a mais caricata, para não dizer ridícula, é a do PSD-Madeira. Este ano, pela primeira vez, não se comemorou o 25 de Abril na Assembleia Regional, devido a uma decisão da maioria. Esta atitude é tanto mais estranha quanto a existência da Região Autónoma e do Governo Regional só ter sido possível com o 25 de Abril. É mais um caso típico de cuspir no prato em que se comeu...