Devo afirmar que dou muito pouco valor aos rankings das escolas secundárias publicados pelo Ministério da Educação e largamente difundidos na comunicação social.
Primeiro porque, em termos estatísticos, a análise está longe de ser correcta pois o universo contém escolas em condições totalmente díspares. Por outro lado julgo que o que faz real sentido é avaliar a progressão dos alunos ao longo de cada ciclo educativo.
Este último modo de avaliar, obrigando que os professores de cada disciplina acompanhassem a mesma turma ao longo de cada ciclo, permitiria avaliar melhor a evolução de cada aluno e o real esforço de cada professor.
Apesar de tudo isso hoje dei por mim a olhar para o ranking publicado no Jornal de Notícias.
Surpreendentemente, porque contraria muito do que tenho ouvido por várias pessoas, verifiquei que os resultados das escolas açoreanas não são melhores que os das escolas madeirenses. Senão veja-se:
1- Melhor escola madeirense: Escola Básica e Secundária do Porto Moniz com a média de 11,75 e posicionada na 43ª posição.
2- Melhor escola açoreana: Escola Secundária Domingos Rebelo de Santa Cruz da Graciosa com a média de 10,51 e posicionada na 201ª posição.
3- Pior escola madeirense: Escola Básica e Secundária Padre Manuel Álvares com a média de 7,94 e posicionada na 570ª posição.
4- Pior escola açoreana: Escola EB 2,3/S Maria Isabel do Carmo Medeiros da Povoação com a média de 7,67 e posicionada na 578ª posição.
De referir que antes da pior escola madeirense se consegue encontrar duas escolas açoreanas (a já referida da Povoação e a escola da Lages do Pico).
Finalmente para a média dos resultados das escolas obtém-se os seguintes valores:
Madeira 9,01
Açores 9,28
A diferença não é significativa, embora com ligeira superioridade das escolas açoreanas, mas nota-se uma maior discrepância entre os resultados das várias escolas açoreanas enquanto os resultados das escolas madeirenses é mais homogéneo.
Obviamente que seria bom se no próximo ano as escolas madeirenses conseguissem melhorar os seus resultados pois, ao contrário de alguns discursos demagógicos, a educação é um factor imprescindível para o crescimento económico, cultural e social.