domingo, janeiro 25, 2009

O Porto das Lamentações

A chegada à Madeira do operador canário Naviera Armas agitou desde o início as águas regionais.

Logo a abrir houve o ‘caso’ da aprovação para que o navio do armador canário pudesse operar no porto do Funchal: primeiro não havia condições para que um ferry daquelas dimensões pudesse operar no porto mas depois, imaginem porquê, lá (felizmente!) foi possível.

Agora que a operação da Naviera Armas se revelou um sucesso, contribuindo inclusive, e apesar dos conhecidos custos exorbitantes da operação dos portos da Madeira, para que os produtos alimentares importados acabem por chegar mais baratos às prateleiras de várias cadeias de supermercados e beneficiando como tal a população madeirense, a tempestade está instalada.

Nos últimos tempos têm-se multiplicado ataques à Naviera Armas. Desde artigos na comunicação social regional, desconfio que patrocinados pelos interesses instalados, acusando os canários de cobrarem preços elevados (?!!); até à denúncia feita pela Associação Nacional de Armadores junto do Instituto Portuário e dos Transportes Marítimo (IPTM) pelo facto da Naviera Armas estar a transportar atrelados no seu ferry; e as ameaças de apresentar uma queixa na Autoridade da Concorrência.

Igualmente caricato é vermos representantes de um armador que detém o monopólio da linha para o Porto Santo se lamentar da suposta situação de concorrência desleal que a Naviera Armas representa (?!!). Pelo que sei a linha para Lisboa está liberalizada pelo que é apenas uma questão de investir e correr riscos!

A realidade é que os interesses instalados na Região Autónoma da Madeira (RAM) estão habituados a terem o seu negócio oferecido de bandeja e de cada vez que têm de enfrentar concorrência saem a terreiro a gritar ‘Aqui del Rei’ que nos estão a estragar o ‘arranjinho’.

Claro que ninguém pode censurar os donos dessas empresas por estarem a tentar manter os seus monopólios, afinal esse é o sonho, raramente alcançado em mercados realmente concorrenciais, de qualquer empresário: deter um monopólio!

A responsabilidade da situação cabe pois por inteiro ao Governo Regional da RAM, cujo dever é o de defender os interesses da maioria dos cidadãos madeirenses. Vejamos se nesta ocasião, como em tantas outras, o Governo Regional vai falhar nesse compromisso em benefício de interesses duvidosos.

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domingo, janeiro 11, 2009

Actuações Policiais e a Comunicação Social

Em Portugal sente-se um aumento da insegurança devido a um aparente aumento dos crimes, nomeadamente dos crimes violentos.

As nossas polícias têm de enfrentar este novo desafio mal equipadas, indevidamente formadas, com ridículos subsídios de risco e muitas vezes sem o apoio inequívoco das autoridades políticas responsáveis.

Mas ainda mais inacreditável é a atitude quase generalizada da comunicação social em relação às intervenções da nossa polícia onde, devido às circunstâncias, se vêm obrigadas a usar das suas armas.

Exemplo paradigmático foi o que se passou no domingo passado na Quinta da Lage onde, após uma perseguição policial a uma viatura roubada por 4 pessoas, foi morto um adolescente de 14 anos.

Inevitavelmente nestes situações existem sempre duas versões: a da polícia e a dos criminosos.

Mas inevitavelmente a comunicação social dá muito mais relevância à versão dos prevaricadores do que à dos polícias e inclusivé, não raras vezes, coloca em causa a versão dos polícias.

Foi isto mesmo que se passou no caso da Quinta da Lage, onde na maioria dos telejornais se dava particular relevância à versão dos familiares e amigos do criminoso na qual, como é comum, o jovem é retratado como um cidadão exemplar apanhado nas mãos de uma polícia criminosa e sem escrúpulos.

A questão que me vem à mente é: o que fazia tal cidadão exemplar dentro de um veículo roubado?

Obviamente que num corpo policial, como em qualquer organização, podem existir elementos menos dignos e cumpridores. Sou também da opinião que num caso de tiroteio, sobretudo com vítimas, deve ser feita uma investigação isenta com as necessárias repercussões após as conclusões dessa investigação.

Contudo o que não posso concordar é com esta tendência para desacreditar à partida a versão policial e apoiar a versão dos criminosos, tranformando-os não raras vezes em vítimas.

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Lidl contra RAM: A Luta Continua...

Pois é, esta história já tem anos mas, de acordo com as últimas informações, aproxima-se o seu fim.

Para quem não conhece ou já não está lembrado aqui vai um resumo:

Em 2001 a cadeia de supermercados de baixo custo Lidl pretendia instalar-se na Madeira, concretamente em 7 locais.

Esta entrada no mercado regional representava uma oportunidade para a população da Madeira para ter acesso a produtos a preços bem mais acessíveis que os praticados na ilha mas representava também um aumento significativo da concorrência para as cadeias já instaladas.

Por coincidência nessa altura foi emitida uma directiva que não permitia a instalação de novas grandes superfícies na RAM, impossibilitando dessa forma, e novamente por mera coincidência, a entrada do Lidl na região.

Tudo perfeitamente normal para a realidade madeirense mas não para a cadeia alemã que julgava estar a operar num mercado livre.

Como tal decidiram colocar um processo em tribunal europeu por práticas anti-concorrênciais contra a RAM.

Independentemente do resultado desta acção quem já perde há muitos anos é o consumidor madeirense que não teve acesso a uma cadeia de baixos custos que concerteza permitiria aumentar o poder de compra!!

Escusado será dizer que se considerada culpada a RAM arrisca-se a graves penalizações.

A ver vamos...mas já anda muita gente nervosa!

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Sim!



Extremamente engraçado o novo filme de Jim Carrey. Merecedor de uma ida ao cinema.

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sábado, janeiro 03, 2009

Economia vs Ambiente? – Parte 2

Após um longo período em que, a nível da União Europeia (UE), era dada primazia às opções económicas quando confrontadas com questões ambientais, actualmente as decisões de investimento são tomadas integrando simultaneamente as questões económicas e as questões ambientais.

A lógica deixou de ser ver o ambiente como um inimigo da economia e do desenvolvimento na UE e sim perceber que ao integrarmos essas duas opções garante-se um desenvolvimento verdadeiramente sustentável. Para além disso começa-se a interiorizar a ideia que as políticas de protecção ambiental podem, elas próprias, ser potenciadoras de oportunidades de crescimento e criação de emprego. Como exemplo basta pensarmos como a própria política de reciclagem permitiu a criação de toda uma indústria com potencial de crescimento e de criação de empregos.

É cada vez mais reconhecido que a implementação dessa tal política de integração entre a economia e o ambiente é melhor atingida a um nível local e regional. Aliás foi esta interpretação que levou a UE a utilizar o conceito de região como pedra basilar para as suas políticas de desenvolvimento e distribuição de fundos.

Obviamente que para que estas novas políticas integrantes possam ter sucesso é necessário dotar as entidades locais e regionais dos meios e recursos necessários, ao mesmo tempo que se criam critérios exigentes para as aplicações desses mesmo recursos.

Mas os recursos financeiros não são a solução para todos os problemas. Por forma a que as políticas locais e regionais tenham sucesso é necessário perceber que as realidades das várias localidades não são exactamente iguais e, como tal, é necessária alguma flexibilidade na implementação das políticas. É também necessário que o processo de decisão tenha a participação das ‘forças vivas’ de cada local e região por forma a criar algum consenso na determinação dos problemas e na selecção e aplicação das respostas. Vários estudiosos destas questões defendem que só desta forma é possível combater o estigma negativo que está associado ao crescimento sustentável, devido a anos de incorrecta utilização do termo, e trazer para bordo essas ‘forças vivas’ essênciais para o sucesso das referidas políticas.

Apesar disso vários exemplos de sucesso a nível da UE (tentarei posteriormente abordar os casos de Greater Manchester e das West Midlands) permitem encarar com optimismo este desafio de integração da economia e do ambiente.

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Votos de um excelente 2009!

A todos aproveito para desejar um excelente 2009!