Existirá um cartel nas gasolineiras?
Este trata-se de um caso clássico dos manuais da Economia.
Porque é que tanta boa gente, razoavelmente informada, acha estranho o que se passa com os preços das gasolinas nas bombas portuguesas? Serão somente gente desconfiada?
Vejamos que não:
Suponhamos que estamos na presença de um oligopólio, ou seja, um número reduzido de empresas controlam uma parte substancial do mercado.
A teoria aqui apresentada (Kinded Demanded Theory of Oligopoly) assenta em duas suposições:
1- Se uma das empresas reduzir o preço as outras são 'obrigadas' a seguir essa baixa de preço para evitar perderem clientes para a primeira.
2- Se, pelo contrário, uma das empresas subir o preço, as suas rivais não irão acompanhar essa subida na esperança de assim ganhar clientes da primeira empresa.
Ou seja, se uma das empresas subir o preço isso resultará uma descida significativa do seu nível de vendas uma vez que uma boa parte dos seus clientes irão mudar para as concorrentes.
Por este razão as empresas serão particularmente cautelosas quando decidem uma subida de preço.
Pelo contrário, se a empresa decidir reduzir o seu preço isso irá conduzir apenas a um pequeno aumento nas vendas porque as concorrentes irão também acompanhar essa descida por forma a não perderem quota de mercado. Por esta razão tipicamente também não ha muito interesse por parte das empresa neste tipo de mercado em baixarem o preço: não têm muito a ganhar...
Isto seria o expectável num oligopólio em que não houvesse acordos ou formação de cartéis entre as empresas que, a propósito, são ilegais também na lei portuguesa.
E é por isto que, em qualquer parte do mundo, quando se detecta um determinado mercado, como o das bombas de gasolina, em que as empresas de forma simultânea decidem subir o preço, disparam os sinais de alarme: a não ser que as empresas estivessem a agir de acordo não haveria interesse para as outras empresas em seguir a subida do preço da empresa inicial, como foi discutido anteriormente!
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