quarta-feira, abril 09, 2008

Toxicodependência? É prendê-los todos...

O PSD-M apresentou uma nova medida para combater o flagelo que se está a tornar a toxicodependência na Madeira: prender os consumidores?!!

Esta é uma medida emblemática da política social dos sociais-democratas madeirenses: tentar combater os problemas de hoje com medidas usadas à 20 anos e sem resultado.

De facto, a toxicodependência é um dos problemas cuja resolução é mais urgente porque está a destruir uma larga percentagem de jovens madeirenses que, ao mergulharem neste vício, comprometem todo o seu futuro e, por arrastamento, o futuro da Madeira.

Neste combate sem tréguas urge tomar medidas concretas mas eficazes:

1- Combater o grande tráfego: que enriquece senhores da Madeira Nova à custa da desgraça dos nossos jovens e das suas famílias, arruinando dessa forma o futuro da nossa ilha.

2- Campanhas de prevenção: campanhas frequentes destinadas sobretudo às escolas e aos locais frequentados por jovens. Campanhas que mostrem a verdadeira face da droga e da forma como destrói as pessoas.

3- Programa de reabilitação: dinamizar um programa de reabilitação aos toxicodependentes, com presença em todos os concelhos da Madeira. Melhor que mandar quem consome para a prisão onde continuarão a ter acesso à droga, é ter uma rede de centros de reabilitação de onde eles possam sair curados.

Durantes muitos anos a maioria que governa a nossa ilha, mesmo perante os gritos de alerta sobre este problema, fez de conta que não se passava nada, assobiando alegremente para o lado. E agora acham que a solução milagrosa para a resolução do problema da toxicodependência é prender as pessoas que consomem!

Isto seria o mesmo que criar uma lei que, para combater a pobreza, prendesse as pessoas que estão na rua a mendigar!!

Os problemas nunca se resolveram fazendo de conta que eles não existem nem penalizando as vítimas desses mesmos problemas.

Há quem defenda que a apresentação desta medida pelo PSD-M, uma vez que a região não tem poder legislativo para a implementar, visa, quando tal for rejeitado em Lisboa, culpabilizar o Governo central pelo não combate a este flagelo. E, uma vez mais, reivendicar mais autonomia para poder resolver mais eficazmente os problemas da Madeira.

Não quero acreditar que seja esse o objectivo porque, se assim fosse, podiam ter proposta uma outra medida sobre qualquer tema sobre o qual a região não tenha autonomia legislativa para atingir esse objectivo e que não fosse tão ridícula e ineficaz!

Sim, porque esta medida só pode ser interessante para o lobbie do betão: a única coisa que daqui pode resultar é a necessidade de construir mais prisões na Madeira para albergar todos os toxicodependentes...

É isto o melhor que esta maioria sabe fazer?!

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domingo, abril 06, 2008

Autárquicas: o alvo certo!

Sempre defendi que o primeiro e crucial passo para que o PS-Madeira se torne numa real alternativa ao PSD-M é criar bases locais fortes e reconhecidas pelas populações como competentes e conhecedoras das realidades de cada concelho.

O facto inegável é que, salvo as já longínquas experiências autárquicas em Machico e Porto Santo, a maioria dos Madeirenses nunca teve a oportunidade de constatar o que é uma governação socialista. Se a isso associarmos a demagógica campanha do PSD-M sobre a inata incompetência do PS-M torna-se fácil perceber a razão pela qual muita da população madeirense tem receio em enveredar por um caminho de alternativa liderada pelos socialistas madeirenses.

Torna-se assim evidente que as eleições autárquicas para o PS-M são, de longe, as eleições mais importantes: se o PS-M conseguir ganhar uma autarquia e, liderada por pessoas competentes, mostrar que é capaz de de governar eficazmente tornar-se-á mais fácil vencer o receio que muitos madeirenses têm do que será uma governação socialista. E só assim será realmente possível pensar em vencer eleições legislativas.

Mas se esta direcção, à imagem do que muitas fizeram, continuar a tratar as eleições autárquicas como eleições menores então tudo ficará igual. E convém não esquecer que a preparação para estas eleições tem de começar muito antes da data da votação...

Outra questão é também saber até que ponto será esta direcção capaz de atrair para as listas às eleições autárquicas os quadros mais competentes...

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Relatório da ERC: o estado da comunicação social

A Entidade Reguladora para a Comunicação Social emitiu no fim do mês passado o relatório sobre o pluralismo político-partidário na RTP.

Li o relatório na íntegra (tarefa não das mais agradáveis...)com especial ênfase para a análise sobre a RTP-M e a RTP-A.

A conclusão confirma que existe uma tendência do poder político, independentemente da cor política que esteja no poder, para se 'apropriar' dos orgãos de comunicação social estatal. Tanto no continente como na Madeira e nos Açores a análise demonstra tipicamente uma presença superior aos valores de referência para o partido no poder e inferior para a oposição.

A situação na Madeira, como era já óbvio para quem assiste aos telejornais da RTP-M, não é excepção: existe uma ligeira sobre-representação do Governo Regional e PSD-M e uma grande sub-representação do PS-M e do CDS-M apesar de a oposição no seu conjunto praticamente atingir os valores de referência.

É preciso relativizar os resultados deste relatório pois, para serem conclusivos, necessitam de confirmação através dos relatórios subsequentes. Seria particularmente útil uma análise similar para o período anterior às eleições legislativas regionais realizadas antecipadamente no ano anterior, altura em que estas discrepâncias se tornaram, em minha opinião e pelo que pude constatar por uma acompanhamento próximo dos telejornais nesse período, ainda mais graves e tendenciosas.

Estas conclusões apenas reforçam a minha opinião da necessidade da existência desta entidade reguladora: uma entidade eficiente, com poderes efectivos e total independência em relação ao Governo.

Algumas vozes críticas, nomeadamente Pacheco Pereira, argumentam que o critério do tempo não é significativo pois o aproveitamento desse tempo pode ser mais eficiente por um partido do que por outro. Essa argumentação é absurda pois, desde que sejam cumpridos os valores de referência para cada partido, passa a ser total responsabilidade dos partidos a sua eficiente utilização e aí cada um terá de assumir a sua (in)competência!

Para além disso no relatório é tido em conta não apenas o tempo de presença como também o tom/valência de cada peça apresentada, ie, é tido em conta se a peça é favorável ou desfavorável.

As mesmas vozes críticas defendem que o Estado não deve possuir meios de comunicação social e aí concordo com essa opinião. Contudo essas vozes julgam que isso, só por si, acabaria com a necesssidade da regulação e aí não posso senão discordar: mesmo perante meios de comunicação social privados continua a existir a necessidade de regulação.

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Fim da Reflexão: Tempo de acção

Após uma pausa algo prolongada decidi voltar a este espaço de expressão de opinião.

Tendo optado por viver na Madeira, e tendo em conta as vantagens e desvantagens dessa situação, torna-se claro que me compete dar a minha contribuição para que a vida nesta ilha, em todos os aspectos, se torne mais próxima daqueles que são os meus desejos: uma sociedade que previligie a meritocracia sobre a tachocracia; o conhecimento sobre a ignorância; a liberdade sobre a opressão; o respeito sobre o insulto; a honestidade sobre a corrupção.

Tentarei evitar a demagogia; evidenciar a realidade; mostrar os problemas e propor soluções, com convicção mas com o mesmo respeito para com quem concorda e quem discorda.

Lá vou eu...outra vez